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Home office e o burnout: um inimigo silencioso?

leoGoldim
Foto: divulgação

Por Leo Goldim, fundador e diretor executivo da IT2S Group.

O ano de 2020 traçou um novo marco na linha do tempo da história. O protagonista que dominou o mundo durante o tempo aproximado de dois anos foi o Covid-19, com impactos em todos os quesitos de saúde, inclusive no bem-estar mental da população.

O lockdown foi imposto nesse período como uma medida remediadora e, por limitar o contato presencial, muitas dinâmicas foram alteradas e adaptadas.

No mundo dos negócios, pequenas, médias e grandes empresas aderiram ao modelo
home office de trabalho, uma nova organização que se apresentou como uma tendência massiva.

Se, por um lado, o home office é proveitoso por ser flexível e não exigir o deslocamento dos profissionais, por outro lado, mais sombrio e silencioso, impacta o psicológico e os bons hábitos dos trabalhadores.

Para atender a essa demanda, empresas precisam dar importância à saúde mental de seus colaboradores e engajar seus funcionários em práticas saudáveis, que ajudem a encontrar o equilíbrio para manter a sanidade mesmo à distância.

Burnout: a síndrome existe

O home office se tornou parte da vida de muitos profissionais brasileiros, começando por ser um modelo conveniente e flexível.

No entanto, empresas ainda enfrentam dificuldades para gerenciar e estimular a saúde mental dos funcionários e os próprios trabalhadores enfrentam um labirinto de questões para gerenciarem essa nova realidade.

Espalhando-se silenciosamente, o burnout está presente no território brasileiro e os números não nos deixam mentir: segundo um estudo do Isma (Internacional Stress Management Association), o Brasil se posiciona no segundo lugar entre os países com mais números de casos de burnout diagnosticados. Estamos atrás somente do Japão, um país conhecido por sua cultura rígida e de alta cobrança nos estudos e nas carreiras profissionais, onde 70% da população é afetada pelo burnout.

A exaustão crítica no novo mundo do trabalho é parte de uma doença ocupacional e clama pela ação prática das empresas para que essa realidade seja transformada e os trabalhadores passem a exercer suas funções de forma saudável.

Por isso, surge a dúvida: como se tornar uma empresa que cultiva a segurança e o bem-estar emocional para seus colaboradores?

O burnout é invencível?

Cada vez mais se fala sobre a importância da sinergia entre lideranças e equipes de recursos humanos para preservarem o bem-estar de seus colaboradores e a premissa é válida para não fazer a distância se acumular a ponto de barrar o desenvolvimento saudável dos nossos profissionais.

Para empresários, o ponto de start se dá com a quebra do estigma nas empresas. É importante levar a saúde mental a sério e criar um ambiente de trabalho onde os funcionários estão à vontade para serem sinceros com suas perspectivas acerca de processos e demais operações.

Um ambiente tóxico é um ambiente sem oxigenação para o desenvolvimento do trabalho, então reconhecer os fatores de estresse e abrir um espaço de diálogo nas empresas é primordial.

A intensidade do trabalho é um outro elemento difícil de extrair da realidade, pois desafios permeiam o mundo corporativo com muita frequência. Por isso, empresários devem conter esses obstáculos que tendem a desestabilizar a equipe com planos de ação, olhando para o planejamento e a organização de projetos ou de processos.

Tal estratégia tranquiliza o funcionário e o permite ter mais clareza em sua execução, garantindo um ganho mútuo: a atividade permanece segura e o nosso colaborador está igualmente confiante e preparado para possíveis inconsistências.

Com esse novo mindset de como cuidar e combater fraquezas emocionais, o trabalho remoto pode ser proveitoso e produtivo para os profissionais e a inovação pode colaborar para esvair as dificuldades emocionais.

Tudo depende de uma cultura organizacional estruturada, com projetos de reconhecimento, comunicação fluida, ambientes digitais livre de toxicidade e com organização de processos que são claros e flexíveis dentro das empresas.

Não podemos deixar a responsabilidade pelo burnout à deriva, ainda mais testemunhando que este mal está presente no país e afetando a saúde mental de tantos profissionais. Considerar uma abordagem estratégica e prática para zelar pela segurança psicológica deve partir de todas as empresas e ser cultivada diariamente na vida dos trabalhadores por parte de nós, gestores.

O burnout é sim um inimigo silencioso, e por isso clama pela atenção de cuidados e práticas que aumentem a tolerância e a estabilidade mental, emocional e física dos colaboradores.

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