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Saúde, educação, trabalho e habitação: os planos da Luiza Trajano para o Grupo Mulheres do Brasil

Foto: Angela Rezé/divulgação.
Foto: Angela Rezé/divulgação.

Com mais de 100 mil mulheres envolvidas, o Grupo Mulheres do Brasil teve um importante papel em diversas discussões do campo político brasileiro, bem como no combate à pandemia através da mobilização para que as vacinas e suprimentos chegassem aos lugares mais remotos do país. 

Saúde, educação, trabalho e habitação são os eixos principais que a Luiza Helena Trajano e milhares de mulheres pelo Brasil e mundo afora vão focar nesse e nos próximos anos. O Economia SP traz uma entrevista exclusiva com a empresária para saber os detalhes, confira abaixo:

Recentemente o grupo atingiu o marco de 100 mil mulheres participantes. Há pouco mais de um ano, contava com apenas 20 mil. Quais as principais ações do grupo e quais os fatores que mais influenciaram para que mais mulheres buscassem o grupo, chegando a um aumento tão significativo?

Luiza: Nós somos um grupo que estimula a participação feminina na tomada de decisões em prol do desenvolvimento do Brasil. Reunimos mulheres de diferentes segmentos, classes sociais, origens e profissões, que trabalham por uma sociedade mais justa, menos violenta e com igualdade de oportunidades para todos e todas. Isso por si só já é um fator que estimula o engajamento de mais mulheres.

A ideia é cada vez mais pulverizar o grupo a partir das cidades. Onde o grupo atua e onde querem chegar?

Luiza: Nossa atuação se dá no Brasil e também no exterior. Nós já estamos presentes em 112 cidades brasileiras e 39 no exterior, representando 22 países, cobrindo todos os continentes do mundo, totalizando 151 núcleos, comandados por 371 líderes voluntárias que se dispõem a arregaçar as mangas para um mundo melhor. É um momento importante para o Grupo Mulheres do Brasil, já somos mais de 100 mil mulheres unidas por um mesmo propósito e isso é uma força muito grande, pois demonstra que estamos mobilizadas e trabalhando por um país e um mundo mais justo. 

O grupo oferece algum apoio às empreendedoras que participam do grupo?

Luiza: Nós somos o sétimo país em número de empreendedoras! Mais de 24 milhões de brasileiras são donas dos seus próprios negócios, ou seja, o empreendedorismo é a força propulsora da nossa economia. Por isso, o Grupo Mulheres do Brasil acredita neste movimento e está sempre incentivando que mais mulheres sejam protagonistas de suas histórias e de seus sonhos. Temos o nosso Comitê de Empreendedorismo que atua com ações de desenvolvimento de pequenas e médias empresas e capacitação de empreendedoras.

O grupo se descreve como um movimento suprapartidário. O que isso significa na prática e como ajuda as mulheres que participam do grupo?

Luiza: Somos atualmente o maior grupo político suprapartidário do país! Isso significa que não estamos vinculadas a nenhum partido político, mas somos políticas sim, porque nos engajamos em pautas que são caras à sociedade. E isso se reflete em benefícios não apenas para as participantes do grupo, pois nosso propósito é transformar o país.

Quais foram as conquistas mais significativas do grupo?

Luiza: O Grupo Mulheres do Brasil atua em diversas causas e, entre tantas conquistas, podemos citar algumas.  Em 2020, trabalhamos fortemente no sentido de auxiliar as comunidades, em razão da pandemia. Sempre trabalhamos por meio de capacitação, mas, pela primeira vez, tivemos que nos reposicionar e adotarmos uma ação assistencialista de caráter emergencial. Adicionalmente, criamos o Grupo de Apoio Emocional, para que todas as mulheres do Grupo pudessem ter apoio psicológico, de forma gratuita, ajudando no direcionamento em um momento difícil. Lançamos também o Fundo Dona de Mim, que nasceu com o propósito de incentivar microempreendedoras impactadas pela crise econômica, já contemplou quase 2 mil mulheres, inclusive de comunidades, que receberam microcréditos para investir em seus projetos. Criamos o Terrartesã, um e-commerce de artesanato do Ceará, que tem possibilitado a geração de renda para artesãs que estavam impossibilitadas de comercializarem suas produções, por não saberem os caminhos e canais de vendas possíveis. Nos posicionamos de maneira estratégica na defesa do Marco Regulatório do Saneamento, pois entendemos que as Políticas Públicas são transversais e necessárias na melhoria da qualidade de vida da população. Atualmente, cerca de 100 milhões de brasileiros ainda não têm acesso ao saneamento. Com as eleições de 2020, atuamos no apoio a Mais Mulheres na Política, buscando o compromisso de candidatas, por meio da assinatura da carta compromisso que alinha aos nossos valores e premissas. Essas candidatas tiveram o apoio do Grupo Mulheres do Brasil na divulgação de seus nomes com nossa recomendação. Quando falamos de educação, tivemos mais uma atuação como influenciadoras e conhecedoras do tema, defendendo junto ao Congresso e ao Senado a importância da ampliação do Fundeb, tornando-o um fundo de financiamento para Educação Básica permanente. Não podemos deixar de citar o movimento Unidos Pela Vacina que uniu empresas, ONGs, comunidades e a sociedade civil para que a vacina contra a Covid-19 chegasse sem entraves a todos os pontos do país. O Grupo Mulheres do Brasil sentiu a necessidade de unir pessoas e entidades para serem protagonistas, somando forças e talentos no movimento Unidos Pela Vacina. Com muita coragem e amor pelo Brasil, unimos um grupo enorme de pessoas que não aceitavam ficar de braços cruzados tentando encontrar culpados e fomos atrás de soluções.

O que podemos esperar do grupo em 2022? Que ações devem tomar para atingir ainda mais mulheres?

Luiza: Estamos trabalhando num plano para o país de 10 anos e elegemos 4 grandes temas que queremos priorizar até 2032: Saúde, Educação, Trabalho e Habitação. Além, claro, da questão do aumento da representatividade da mulher na política. Precisamos assumir o país como nosso e levar nossas pautas. Na saúde, acreditamos na promoção do aprimoramento da estrutura de governança e gestão estratégica do SUS, com a criação de novos indicadores e com a conectividade a serviço tanto deste monitoramento quanto dos serviços prestados. Na educação, focamos que todas as crianças tenham educação básica de qualidade, pública e para todos, o desenvolvimento do novo Sistema Nacional de Educação, a valorização do professor (com estabelecimento de plano de ascensão e carreira para eles) e a conectividade a serviço das escolas. O trabalho é o que garante renda e confere dignidade e bem-estar ao cidadão. Na habitação, é necessário que todos tenham acesso à moradia digna, com saneamento básico, água potável e energia elétrica. 

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Fundadora do Economia SC, 3 vezes TOP 10 Imprensa do Startup Awards e TOP 50 dos + Admirados da Imprensa em Economia, Negócios e Finanças.

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