Não é de hoje que tecnologia, educação e saúde andam juntas. As três áreas coexistem para trazer mais ferramentas a profissionais de saúde em formação. A evolução, porém, é constante e exige atualizações frequentes e adaptações às novas propostas tecnológicas. A mais recente delas é o uso do metaverso, que vem sendo cada vez mais explorado por todos os segmentos.
É nesse nicho que a MedRoom, especializada em desenvolver treinamentos para a área da saúde e ensino médico, está apostando. Depois de anos atuando com Realidade Virtual (VR), a edtech lançou um aplicativo para o ensino à distância.
O Economia SP Drops conversou com o co-fundador da empresa, Vinícius Gusmão, para saber mais sobre como o metaverso é aplicado na formação de novos médicos. Confira abaixo:
Como o metaverso é aplicado na MedRoom?
Vinícius: O metaverso é um ambiente virtual em 3D, habitado ou controlado, por pessoas reais. A MedRoom sempre esteve alinhada com esta tendência desde sua fundação em 2016. Exploramos o aprendizado em realidade virtual (VR), propondo interação e observação em um cenário virtual que se relaciona com o espaço físico do usuário. No ano passado, lançamos um aplicativo para o ensino à distância e, assim, conseguimos agrupar nossas soluções de ensino em VR, aplicativo em smartphones e na web.
Como surgiu a ideia de negócio? Como ele funciona?
Vinícius: Fundamos a MedRoom para resolver algumas dores no ensino de saúde dentro e fora do Brasil, desenvolvendo experiências e simulações em VR destinadas ao treinamento e educação em saúde. No nosso Laboratório de Anatomia Humana em Realidade Virtual, os professores das redes parceiras podem transmitir aulas síncronas. Ou seja: eles acessam o Atrium, nosso ambiente virtual e os alunos acompanham o que o professor está vendo nos Óculos de Realidade Virtual através da videoconferência. Sabemos que existe uma enorme diferença entre a teoria e a prática no ensino das universidades e isso ficou em ainda mais evidência. Por isso a MedRoom busca parcerias com universidades e instituições de saúde para que os futuros estudantes de medicina possam se formar com o melhor que a tecnologia pode oferecer
Quais as vantagens e benefícios da solução?
Vinícius: Criamos um universo virtual que pode ser acessado através de lugares diferentes, em momentos diferentes, com o objetivo de otimizar o aprendizado das pessoas e fazer com que elas lembrem do que aprenderam por mais tempo. Se pensarmos no metaverso com relação a interoperabilidade de diferentes sistemas, com certeza o metaverso é uma tendência. Vamos poder conectar diversas experiências e ferramentas diferentes que antes não se conversavam dentro de um contexto que pode ser muito benéfico para experiência dos alunos.
Como o uso do metaverso em educação médica pode impactar a formação desses profissionais e a educação como um todo?
Vinícius: Existe bastante literatura sendo produzida demonstrando o impacto da realidade virtual no ensino e na saúde com dados muito empolgantes. Aprendizado mais rápido, retenção do conhecimento por muito mais tempo, maior engajamento dos alunos, entre outros. Ainda não medimos o impacto das nossas ferramentas em específico, mas é algo que está sendo pesquisado.
Vocês vêem o metaverso como uma tendência na educação? Quais são os desafios para a implementação desse método?
Vinícius: A integração de sistemas, experiências e as novas formas de interação com o mundo virtual não são, por si só, a grande mudança. É a partir dessa fundação que alguns têm chamado de metaverso que novas aplicações vão surgir e essas sim tem um enorme potencial de mudança na sociedade. Não se trata de um método, porém ainda temos um desafio muito grande em democratizar o acesso à tecnologias de ponta. Explorar os gadgets que as pessoas já tenham em casa é fundamental para democratizar o acesso.