O futuro da liderança feminina na área financeira é promissor. Segundo a Fortune 500, ranking das 500 maiores corporações do mundo, as empresas americanas têm mais CFOs mulheres do que nunca, mostrando que elas têm tomado mais espaço e mostrado resultados positivos nos últimos anos.
De acordo com pesquisa realizada pela Crist Kolder Associates, a porcentagem de CFOs do gênero feminino atingiu um recorde histórico no ano passado, representando 15,1% dos 678 CFOs entrevistados.
Já de acordo com a pesquisa O Perfil do CFO no Brasil 2021, apenas 10% desses executivos são do gênero feminino em grandes empresas.
Denise Seiler, CFO do Accountfy, atribui o maior desafio da liderança feminina hoje às questões familiares. De acordo com ela, a área financeira exige bastante dedicação, foco, longas horas de trabalho, e não é fácil para a mulher equilibrar vidas profissional e pessoal.
“Sou mãe, com dois filhos, e tive momentos na vida que cheguei a desanimar. Às vezes, você precisa dar um passo atrás na sua carreira para poder se dedicar aos filhos e depois retornar. Ou seja, é um constante desafio.”
Ela tem mais de 30 anos de experiência em estruturação, reestruturação, planejamento financeiro e estratégico, gestão de pessoas e processos.
Um relatório da S&P Global Market Intelligence mostra que companhias que apostam em mulheres estão multiplicando os resultados.
Segundo a pesquisa, empresas com CFOs do gênero feminino apresentaram desempenho superior no preço das ações, em comparação com a média do mercado.
Nos 24 meses após a nomeação, CFOs mulheres viram um aumento de 6% na lucratividade e retornos de ações 8% maiores.
Apesar dos resultados, segundo Denise, um outro grande desafio das mulheres em cargos como o de CFO é ainda ter que se provar tão ou mais competente que um homem para ter a mesma remuneração:
“Infelizmente ainda há no mercado uma diferença de remuneração muito grande do homem para a mulher, especialmente no mundo financeiro. Atualmente, as mulheres em cargos de liderança ganham 68% da remuneração dos homens”.
Para a executiva, as expectativas nos próximos anos em relação a mulher e a liderança da área financeira são positivas, mas ainda há um longo caminho. Ela cita o exemplo dos conselhos das empresas, onde a maioria ainda é massivamente masculina:
“Precisamos mudar isso. Porém, acredito que as mulheres tenham muita garra e estão se unindo para chegar lá. É muito bom ver como hoje as mulheres se ajudam. No passado não era assim. Realmente acredito nessa força, pois juntas fazemos melhor”.