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Após a grande retomada, turismo tem 12 potenciais desafios para o futuro

Foto: divulgação.
Foto: divulgação.

Depois do segundo semestre do último ano, com ampliação de receitas em 77% com a retomada concentrada nas viagens domésticas, uma supertemporada de verão por todo o país e da comemoração da plena retomada turística nos exuberantes desfiles das escolas de samba nos carnavais do Rio de Janeiro e São Paulo, fui desafiado pelo Economia SP a listar quais são os 12 principais potenciais de futuro do turismo brasileiro neste novo momento, após dois anos de uma pandemia que ainda não nos deixou. Com o apoio da equipe do Centro de Inteligência da Economia do Turismo, que criamos na Secretaria de Turismo e Viagens de SP, segue o resultado do desafio aceito:

1- PARQUES NATURAIS

O Brasil precisa evoluir no modelo de concessão de seus parques naturais, proporcionando melhor estrutura e atrativos para receber visitantes e a possibilidade de ter hotéis em parte de suas áreas, como acontece em parques nacionais em todo o mundo. Considerando-se que o Brasil é hoje o 2º país com maior potencial natural no turismo de acordo com o World Economic Forum, nossos parques nacionais possuem um grande potencial para serem melhor conhecidos, com efeito de consciência de preservação e de projeção da nossa natureza nacional e internacionalmente.

2- MUSEUS

Os museus brasileiros, especialmente aqueles de maior destaque vinculados à iniciativa privada, os principais em cada estado e os museus nacionais de grande significado histórico e cultural administrados pelo Instituto Brasileiro de Museus, precisam inserir-se mais no circuito turístico nacional e internacional. O Brasil é, segundo o World Economic Forum, o 9º maior país do mundo em diversidade e atrativos culturais, e isso não é devidamente trabalhado pelo turismo, seja em termos de promoção, seja em termos de infraestrutura, experiência do visitante e sustentabilidade do museu. O maior exemplo é o Novo Museu do Ipiranga, na capital paulista, que reabre as portas (fechadas desde 2013) para as comemorações dos 200 anos da Independência no Sete de Setembro, como também o Museu da Língua Portuguesa, reinaugurado no ano passado, e a Pinacoteca que será reaberta em novembro para receber mais de 1 milhão de visitantes por ano.

3- RESORTS INTEGRADOS A CASSINOS

A aguardada aprovação da legislação para receber resorts integrados a cassinos leva à viabilização de bilhões em investimentos em localidades com grande potencial de ser distritos turísticos e catalisadores de turismo, em substituição à atividade turística de brasileiros no exterior.

4- NACIONALIZAÇÃO DE DISTRITOS TURÍSTICOS

O conceito de Distritos Turísticos, assim como desenvolvido em São Paulo, pode ser uma solução institucional eficiente para criar governança e atrair investimentos para áreas geográficas com real potencial internacional de turismo, onde existam planos de investimentos e massa crítica entre empresariado e poder público para tornar-se distrito.

5- PROMOÇÃO INTERNACIONAL E NACIONAL COM PADRÃO PROFISSIONAL

A promoção internacional e nacional do Brasil, com apoio e parceria do trade turístico, precisa ser contínua e junto aos pontos de grande confluência de mídia e influência mundial.

6- INFRAESTRUTURA E QUALIDADE URBANA EM MUNICÍPIOS TURÍSTICOS

Sistema para apoio, com módulos, modelos de aplicação e recursos, para ganho de qualidade urbana, organização e infraestrutura junto aos atrativos turísticos, nas principais cidades turísticas.

7- UTILIZAÇÃO DE PRÉDIOS HISTÓRICOS PARA HOTELARIA OU EMPREENDIMENTOS TURÍSTICOS

A possibilidade de concessão de prédios históricos ou preservados pertencentes ao poder público e outros proprietários por um tempo longo, em um projeto semelhante ao Revive, de Portugal, que abre o patrimônio ao investimento privado para desenvolvimento de projetos turísticos, por meio da realização de concursos públicos.

8- CRÉDITO ASSISTIDO EM LARGA ESCALA

Programa de crédito para empreendimentos turísticos, com fundo garantidor e crédito assistido, operacionalizado pelo Sebrae em parceria com os órgãos de turismo.

9- PRIMEIRO EMPREGO NO TURISMO

Promover um programa de primeiro emprego, com legislação específica, buscando estimular oportunidades no setor.

10- PORTFÓLIO DE ÁREAS PARA INVESTIMENTO EM NÍVEL NACIONAL

Identificação de áreas e terrenos propícios para investimentos em turismo em locais de alta atratividade, com as condições de negócio, licenciamento, organizados, como também fizemos em São Paulo.

11- MARINAS E PORTOS TURÍSTICOS

Parcerias público privadas (PPPs) para implantação de marinas e portos turísticos em toda a Costa Atlântica, assim como rios e represas, incentivando a indústria náutica e ampliando o potencial desses destinos.

12- PLANO DE SANEAMENTO PARA ORLAS TURÍSTICAS

Plano específico de saneamento e organização das orlas turísticas do Brasil, de forma a aumentar a balneabilidade das praias localizadas em áreas urbanas.

É claro que o planejamento desses pontos precisa estar integrado num plano global para o turismo brasileiro, para que possam ser implementados e executados de forma harmoniosa, e também em sinergia com aquilo tudo que já temos de bom e que está funcionando.

Já passou da hora de o Brasil reconhecer o turismo como uma das suas duas grandes vantagens competitivas perante o mundo, onde nós nos posicionamos como número um.

Como autor do livro Brasil: Potência mundial do Turismo, só tenho que reafirmar esse título, e lembrar que enquanto o turismo não for colocado no centro da pauta econômica e social do país, significa um desperdício de milhões de empregos e de gigantescos investimentos públicos e privados para melhorar a qualidade de vida de toda uma nação.

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