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Volume de investimento anjo em startups cresce 17% mas diversidade caminha lentamente

Foto: FS-Stock/AdobeStock
Foto: FS-Stock/AdobeStock

O volume de investimento anjo aumentou 17% no ano passado, voltando aos níveis pré-pandemia. No período, foram aportados mais de R$ 1 bilhão. Hoje são 7.834 pessoas que participam dessa modalidade de investimentos no Brasil.

Os dados fazem parte da pesquisa realizada pela Anjos do Brasil, organização sem fins lucrativos que fomenta o investimento anjo e apoia o empreendedorismo inovador no país.  

A pesquisa também levantou a perspectiva dos investidores para este ano, que esperam ter um aumento de 10%. Embora positiva, a expectativa é ainda insuficiente para a demanda das startups, de acordo com Cassio Spina, presidente e fundador do grupo:

“O investimento em startups precisa de estímulo e apoio para crescer e atingir todo seu potencial, que deveria ser R$ 10 bilhões ao ano, proporcionalmente ao efetuado outros países. Como pessoas físicas, o investidor anjo compara esse investimento de maior risco com os demais ativos de seu portfólio, aplicando análises de risco retorno e deixando de investir todo seu potencial. Embora nenhum investidor anjo faça esse tipo de aporte somente por retorno financeiro e tenha sempre um proposito maior ao investir, é certo que o impacto da macroeconomia e volatilidade de ativos tem um impacto no volume aportado nas startups ao longo do ano”, argumenta.

De acordo com ele, hoje o volume de investimento no Brasil é apenas 0,7% do que é investido em startups no Estados Unidos, que soma aproximadamente US$ 29 bilhões anualmente.

“Apesar da evolução que tivemos na última década no volume de investimento anjo, ainda estamos muito aquém do nosso potencial. Considerando a relação do PIB dos países é de cerca de 7 vezes, o investimento anjo no Brasil deveria ser de pelo menos R$ 10 bilhões. Para que o Brasil atinja todo seu potencial é necessária a criação de políticas públicas de fomento ao investimento em startups conforme recomendação da OCDE, que é aplicada em diversos países, incluindo todos os BRICS, exceto pelo Brasil”, revela.

PERFIL

A pesquisa inclui pela segunda vez um levantamento de raça ou cor dos respondentes que aponta que 91% dos investidores anjo brasileiros são brancos, 3% se declarando pretos, pardos ou indígenas, e 4% amarelos.

Esse dado, associado com a participação de apenas 16% de mulheres no universo de investidores, traz um sinal de evolução lenta no ecossistema brasileiro.

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Jornalista do ecossistema de startups

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