Por Beatriz Nascimento, presidente executiva da Confederação Brasileira de Empresas Juniores.
Você sabe para que serve, na prática, um censo? De forma sucinta é como um diagnóstico situacional de um determinado recorte social. Além disso, evidencia as heterogeneidades desse recorte, ou seja, as diferenças de acessos e possibilidades que precisam ser consideradas quando, partindo de um diagnóstico, estabelecem-se as ações mais adequadas para uma dada situação. Sem informações concretas como se cria um planejamento, seja qual for?
A ciência diagnóstica ensina: é preciso uma descrição minuciosa, e não apenas impressões, para que a tomada de decisão seja assertiva. Não é diferente se tratando de políticas públicas. Então um censo, do latim census (levantamento, estimativa, contagem) nasce da necessidade de produzir informações para retratar o cenário geral de um determinado aspecto social.
No caso do Censo e Identidade, realizado anualmente pela Brasil Junior, o cenário político e econômico de empresas e empreendedores juniores brasileiros é mensurado, de forma quantitativa e qualitativa para, a partir disso, saber como encontram-se de fato o crescimento e a atuação empreendedora nacional.
“Formar empreendedores comprometidos e capazes de transformar o Brasil”, é o horizonte para onde caminha a Brasil Junior. A associação atuante desde 2004, formada por alunos do ensino superior ou técnico, é a única no país que elenca a situação e o potencial dos jovens com tamanha diversidade de dados e de forma tão organizada, deixando claro que o objetivo está sendo trilhado em uma admirável crescente. A importância de fomentar uma nação empreendedora fica evidente quando avaliamos o atual contexto levantado no censo 2021, lançado este ano.
Além de aspectos de identidade como raça/etnia, gênero, orientação sexual, deficiência, que nos dão uma base concreta para avaliar o resultado das progressivas reivindicações sociais por igualdade em comparação às estimativas anteriores, também nos localiza quanto às questões prioritárias do universo empreendedor, gerando um mapa situacional de onde estamos em relação uns aos outros, possibilitando então uma análise de crescimento e, a partir disso, um planejamento realmente estratégico.
O Censo e Identidade responde a questões como: estamos formando empreendedores? Quais instituições se destacam? Quais as condições de quem prospera e de quem desiste? Quais suas formações e acessos? Em qual região residem? Trabalham enquanto estudam? Quanto ganham? Como se identificam? Quanto tempo dedicam ao empreendimento? Quais redes sociais usam? Fomentam a diversidade? Como está o fortalecimento da rede empreendedora? Qual a importância do empreendedorismo júnior na sustentação da formação e do objetivo educacional? Entre outras dezenas de perguntas feitas a cerca de 10 mil jovens brasileiros.
A importância de um levantamento como esse é justamente oportunizar uma base sólida para identificar onde, como e quais são as fraquezas nacionais em relação ao empreender, para então saber onde, como e quanto investir e mover, de forma bem posicionada. Para que o desenvolvimento de uma nação se torne uma cultura, é imprescindível a qualificação de sua gente. Investir na educação como a base de toda essa estrutura, tornando-a mais capaz, sustentável e competitiva, é o que de fato pode transformar um país. Atualmente mais de 40 empresas apoiam o Movimento Empresa Júnior, com impacto de mais de R$ 70.000.000,00 na economia brasileira, que são integralmente reinvestidos em educação.
Fica evidente que um bom empreendedor é tal qual um bom navegador: a estrutura do barco é feita com uma educação voltada para a ética e a formação humana, e o saber navegar pelas oscilações naturais da dinâmica econômica e política, é feito com colaboração e conhecimento, global e estratégico. O Censo e Identidade serve para localizar os navegadores e ajudá-los a seguir avante no objetivo de transformar o Brasil!