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Web 3.0: como o Brasil lida com o assunto e o que muda para os usuários nessa nova realidade

Foto: divulgação.
Foto: divulgação.

A internet se prepara para um novo passo em sua evolução: a Web 3.0, um ecossistema descentralizado online baseado na tecnologia de Blockchain.

Ou seja: nessa nova geração, os usuários devem encontrar um ambiente onde o conteúdo em circulação não seria controlado por um único membro, mas por uma rede de computadores interconectada entre si e responsável pela manutenção e segurança da mesma.

Com isso, uma simples instituição não seria capaz, por exemplo, de censurar, limitar ou remover um conteúdo, uma vez que ela não teria controle total sobre seu armazenamento.

Para saber mais desse conceito e entender como o ecossistema de inovação do Brasil se prepara para esta virada de chave, o Economia SC Drops conversou com Thiago da Silva e Maycon Derasmo, CEO e Analista de Qualidade da Towty Soluções, respectivamente. Confira abaixo:

O que é a Web 3.0 e como ela se difere do que temos hoje?

Maycon: A Web 3.0, ou mais conhecida como web semântica (que organiza a informação de maneira legível para computadores e máquinas), é a internet que chegou para revolucionar o meio de comunicação e a inteligência artificial. Costumo dizer que a Web 3.0 é um grande banco de dados descentralizado e criptografado, no qual seus dados estão salvos de forma randômica e totalmente criptografada. Um grande e principal diferencial dela para a internet que temos hoje é, justamente, a descentralização de dados, um conceito que pode assustar quem ouve de início, porém é um assunto muito delicado até mesmo para os desenvolvedores. Compreender essa ideia é um pouco desafiador pensando em tecnologia, mas se mostra extremamente necessária no mundo em que vivemos, é como você salvar uma foto na nuvem e não saber onde ela está realmente guardada, mas conseguindo fácil acesso pela sua carteira digital, por exemplo.

Thiago: Vale ressaltar que isso não vai acontecer com 100% das informações na web. Vão existir muitos mercados ainda não mapeados que vão se encaixar como uma luva. Mas não se iluda achando que toda a internet fique sob sua propriedade.

Quais experiências ela vai trazer aos usuários?

Thiago: A propriedade da informação é a maior experiência que o usuário vai encontrar nesse modelo. Vai ter total autonomia na informação.

Maycon: Em questão de usuários finais, não teremos grande impacto, a princípio, pois é mais um diferencial de costumes. Trazendo como exemplo, a autenticação de contas e redes sociais sendo feitos pela sua carteira digital (uma ideia em estudo), conseguindo, assim, “centralizar” lugares de acesso para “descentralizar” dados, ficando este último ponto a cargo chefe da web 3.0.

A Web 3.0 será “dos usuários”. Quais mudanças isso vai trazer na questão de segurança de dados?

Maycon: A ideia de construir um sistema e não ter autonomia sobre ele é um assunto muito discutido entre o network de desenvolvedores. Como experiência própria em uma construção de uma DAO (Organização Autônoma Descentralizada), que tem, justamente, a ideia de autonomia aos usuários, foi desenvolvido um sistema de votação na Blockchain usando contratos inteligentes (os quais podem ser programados para qualquer intuito) em que cada voto tem o seu peso e permitem que os seus participantes tomem decisões coletivas sobre governança, operações e liderança, ou seja, um sistema totalmente autônomo contra o furo de dados. Levando em consideração que a Blockchain se trata de algo único e criptografado, visto que o principal fundamento de toda transação neste local é que cada contrato gera um hash (algoritmo que mapeia dados de comprimento variável para dados de comprimento fixo), gerando, assim, um espaço exclusivo dentro da blockchain, podemos esperar no mínimo altos níveis de segurança e legibilidade de dados.

Como o Brasil está se preparando para essa nova fase da web? Quais são os desafios para a chegada da 3.0?

Thiago: A tecnologia, em si, traz seus prós e contras. Para ter inovação, é preciso “matar” a inovação que já foi criada. Para um processo de adaptação, isso será necessário. E acredito que as empresas brasileiras têm um ponto muito forte e fomentam muito a inovação. Vai ser um passo aceitável para as empresas aqui conseguirem colocar a Web 3.0 para rodar.

Maycon: Infelizmente, ainda é um assunto um vago no Brasil, não tendo, de fato, muitas informações plausíveis e escaláveis. Isso torna a Web 3.0 um grande desafio para os desenvolvedores que estão se aprofundando nesse assunto no momento. No entanto, uma coisa é fato: esse tema será um grande medidor de margem aos desenvolvedores que estão na web 2.0 e na web 3.0, sendo um grande divisor de águas para a área da tecnologia.

Como a Towty Soluções tem trabalhado com as equipes para as demandas da Web 3.0?

Thiago: A cultura da Web 3.0 precisa ser colocada dentro das empresas. Trabalhar isso com toda a equipe e focar no colaborador é a melhor forma de ter essa inclusão. Beneficiar o colaborador por querer entrar nesse conteúdo é a melhor saída para as empresas que pensam em colocar a Web 3.0 para rodar dentro de casa. A cultura dentro da sua organização vai ter que ajudar muito a absorver o conteúdo. A corrida dos devs porque o mercado está olhando para isso e a gente, como empresa de tecnologia, precisamos estar aptos a desenvolver tecnologias dentro dessa tech. Eu não conseguia contratar gente de mercado porque não existe ainda, é algo muito novo, então começamos a criar a cultura com esse programa para o nosso time interno aprender e ficar preparado para, no ano que vem, começar a desenvolver soluções para o mercado em Web 3.0. 

Maycon: A Towty está promovendo uma competição chamada “Corrida dos Devs”, onde há dois grupos disputando a melhoria de uma ideia já existente no mercado, um conceito sustentável que pode ser escalável com a vinda da web 3.0, fornecendo tempo de estudo e pesquisa com todo auxílio necessário, tendo como foco a troca de conhecimentos entre as equipes competitivas, visto que ambas estão caminhando pelo mesmo propósito, o conhecimento.

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