O exit é uma medida de sucesso no universo do capital de risco. É um sinal de que a startup que recebeu investimento entregou a performance esperada, gerando valor para os investidores, gestores e empreendedores.
Por isso, a parceria entre investidores e empreendedores é essencial para chegar a este final feliz da jornada. Um exit pode ser feito de diferentes maneiras (uma fusão ou aquisição, uma venda estratégica até um IPO na Bolsa).
No ano passado, as fusões e aquisições no Brasil movimentaram US$ 66 bilhões segundo dados da Bain & Company. Ao todo, foram 1.963 transações, um recorde para o país.
O número revela o amadurecimento do ecossistema de inovação. Apesar do cenário em queda dos investimentos em startups este ano, o estudo Inside Venture Capital, da Distrito, mostra que o número de fusões e aquisições envolvendo startups cresceu.
Foram 21 M&As em julho, contra 17 no ano passado. No total, foram 139 transações este ano, ante 134 no mesmo período do ano passado.
No Brasil, as iniciativas de grandes empresas na criação de aceleradoras de startups e de fundos corporativos direcionados à aquisição e ao desenvolvimento de negócios (CVCs) têm crescido.
“Estamos vivendo uma fase de amadurecimento do setor. Projetos de inovação aberta em grandes empresas são bastante benéficos para que as startups possam se desenvolver, atraindo seed capital e outras rodadas de investimento, ganhando robustez para alcançar o exit”, conta Guilherme Amorim, Head de Parcerias da Wayra Brasil, hub de inovação aberta da Vivo.
A Wayra tem alguns cases de sucesso com exits históricos. Um exemplo é a Gupy, a startup fez uma saída que retornou mais de 20 vezes o valor investido inicialmente pelo hub. Além disso, já ajudou a realizar outros exits desde sua criação, como o da Teravoz, Social Miner, LinkAPI e Pier.
Para os fundadores das startups, o exit é o momento ideal para estreitar ainda mais a relação com investidores. Afinal, é a hora de quem injetou recursos na companhia também receber um retorno pelo que ajudou a construir.
O especialista explica que algo importante a se considerar é a relação com o mercado, não focando apenas no relacionamento com os clientes:
“É preciso pensar, analisar e executar estratégias que fortaleçam a startup perante o mercado. Um ponto relevante para atentar-se está na cultura organizacional que já deve estar previamente bem definida, com valores praticados por todo o time”.
É indispensável que os colaboradores se sintam seguros e valorizados neste momento tão marcante para o negócio.
Com o exit vem uma nova visão de negócio. As metas costumam ser mais agressivas. Por isso, ele também aconselha:
“A operação precisa ser otimizada, é provável que seja necessário cortar custos e alcançar os objetivos com eficiência e mais agilidade”.
Outra dica valiosa está em não deixar de lado o verdadeiro “porquê” do negócio. Não há certo e errado na hora do exit, mas deve-se levar em conta com muito critério as necessidades do negócio para que o momento da venda seja benéfico para ambas as partes.
“A grande missão de uma startup é escalar para que mais pessoas sejam atingidas pela solução. A inquietude do empreendedorismo é um pouco viciante. O segredo dos negócios está em criá-los, perpetuá-los, atingir o objetivo de valuation e assim seguir para o próximo”, conclui.