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Branding Reverso: é mais fácil saber quem você não é!

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Foto: divulgação.

A dificuldade de tirar os ruídos do caminho e descobrir o real propósito das empresas que assessoramos sempre vem à minha mente a cada início de projeto. A cada oportunidade, o desafio fica ainda mais incrível, a barra sobe, as expectativas aumentam e esse arrepio é o que me move para frente.

 Muitas empresas, porém, não dispõem de recursos para ter um projeto de branding completo desenvolvido por uma consultoria competente. Muitas outras empresas ainda não estão no momento certo de ter esse trabalho desenvolvido. Isso não significa, no entanto, que o branding não seja crucial para sua sobrevivência no mercado.

 Aqui encontramos um dilema: as empresas precisam e é fundamental versus as empresas não podem pagar ou não estão no momento certo para fazê-lo.

Pense em uma cena: você vai a um restaurante para jantar sozinho. Você é intolerante à lactose. Dos 20 pratos disponíveis no cardápio, dez têm queijo e dez não. Dos dez que você pode comer, oito são pratos de carne e dois pratos de peixe. Você já comeu carne no almoço e peixe pode ser uma ótima opção para um jantar mais leve.

Com dois filtros sobre o que não fazer, você reduziu 90% das possibilidades e limitou seu universo a 10%. Não tenho dúvidas de que a chance de ter uma noite tranquila aumentou exponencialmente simplesmente sabendo o que evitar.

 No branding funciona assim também.

Mais importante do que saber quem somos, saber quem não somos é uma questão de sobrevivência. A boa notícia é que isso é relativamente mais simples. Como no exemplo do restaurante, provavelmente seria muito mais complexo escolher o que você é ou quer ser, mas foi muito mais simples escolher um caminho olhando para quem você não é ou não quer ser.

Não sei se sou amigável ou criativo, mas definitivamente não sou rebelde. Posso ser organizada, simpática e disciplinada, mas não sou comunicativa. Essas características de marca, muitas vezes traduzidas e personificadas por meio de arquétipos e outras ferramentas de posicionamento, nos ajudam a ter pelo menos um direcionamento em nossa comunicação, no tom de voz de nossa marca, na escolha de quais eventos participar, com quais influenciadores se relacionar e quais causas defender.  E, sobretudo, quais não defender.

Para identificar esses pontos que podem parecer nebulosos à primeira vista, sugiro 5 passos simples como exercícios para ajudá-lo:

1- REFERÊNCIAS

Com uma pesquisa focada, encontre 10 empresas que são referência em seu segmento. Divida-os em duas listas: os que eu gosto versus os que não gosto.  Pegue os que você não gostou e dê uma boa olhada neles: é o tom de voz? É o visual? A promessa por trás disso não correspondeu às suas crenças?

2- ENCONTRE A VOZ INTERNA DA SUA MARCA

Sim, assim como uma terapia. Ter um propósito maior é maravilhoso, mas a jornada de busca por ele lhe trará insights que você nunca pensou à primeira vista. Essa busca inclui ter um olhar treinado para oportunidades que surgem no dia a dia, que se encaixam na cultura da empresa e fazem sentido evoluir como uma entrega.

3- OUÇA SUA EQUIPE

As empresas são feitas por pessoas. Não tecnologia ou produtos, mas pessoas. A combinação de sua talentosa equipe diz muito sobre você, sobre suas aspirações e suas principais qualidades. Como o CEO da empresa é o responsável por manter a cultura forte e relevante, também faz parte do trabalho ouvir e entender as mensagens não ditas.

4- SEUS CLIENTES

Se você ainda não sabe exatamente quem você é, as pessoas que compram seus produtos ou serviços têm impressões sobre você, como você se comporta, qual foi a entrega de valor ao entregar seu trabalho. A percepção do cliente muitas vezes destaca algum ponto em que nunca pensamos antes, se não perguntarmos a eles. Como algumas das coisas mais importantes da vida, uma boa conversa e escuta ativa são extremamente valiosas.

5- CONFIE NO SEU INSTINTO

De alguma forma, você já conhece a maioria das coisas que deseja se tornar. Pode demorar um pouco para esclarecer algumas coisas ou ajustar as peças harmoniosamente, mas a emoção é crucial para se sentir representado em uma marca. Todos nós nos conectamos uns com os outros com base em emoções. O branding é feito de emoções e confiar em si mesmo fará você exalar confiança e paixão, persuadindo as pessoas a entrarem nessa jornada com você.

Não pense demais no que causaria o seu fracasso só porque você não tem orçamento suficiente para um projeto de branding. Você tem quase tudo que precisa para começar e então, com suas primeiras vendas, sua renda crescendo e sua saúde financeira em ordem, será hora de contratar uma boa consultoria de branding para te ajudar a enxergar um pouco mais longe e verbalizar todas as suas melhores qualidades.

 Enquanto isso, rock’n’roll!

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CEO da CAPME

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