Por Vagner Sobrinho, co-fundador da Wiboo.
Desde outubro do ano passado, quando o grupo Facebook resolveu mudar de nome para Meta, uma nova expressão no mundo da tecnologia ganhou espaço na sociedade. Hoje, mesmo aqueles que tentam ignorar as soluções digitais, certamente já ouviram falar do metaverso e de suas possibilidades.
Imaginar um universo onde as experiências físicas e virtuais se convergem em algo único realmente chama a atenção. As possibilidades são infinitas e prometem novas formas de trabalho e de lazer, entre outros. Mas não é preciso esperar pelo futuro para que isso aconteça: já há projetos que colocam o digital em nossa vida “bem real”.
O conceito realmente mexe com as pessoas, e muitos ainda desejam saber mais a respeito. Uma pesquisa da Toluna, que realiza investigação de mercado por meio de insights, mostrou que 80% dos brasileiros nunca acessaram o mundo virtual nos moldes propostos pelo metaverso.
Mesmo assim, pelo menos 35% da população conhece o termo, 27% admitiram ter ouvido pouco sobre o assunto e 11% resolveram se aprofundar com leituras. Ou seja, as pessoas ainda não vivenciaram na prática, mas já buscaram formas de descobrir e conhecer mais sobre o que se propõe para o futuro.
A ideia do metaverso é promover uma integração maior entre os ambientes físicos e digitais. Na prática, uma pessoa pode acompanhar uma reunião de trabalho num espaço digital com seu avatar, tendo acesso aos mesmos recursos que teria numa sala, mas sem ter que se deslocar até ela.
Ou ainda acompanhar o show de seu artista sem ter que correr para comprar o ingresso antes que se esgote. É uma expansão da proposta do Second Life, jogo de relativo sucesso nos anos 2000. Agora, a ideia é ter uma espécie de vida paralela em um ambiente onde tudo pode ser on demand, isto é, com inúmeras experiências construtivas em nosso dia a dia.
Um exemplo bastante útil para compreender essa ideia é o exercício de inteligência financeira que alguns jogos eletrônicos oferecem às crianças e adolescentes, justamente o público mais engajado nessas inovações.
Durante a realização de seus jogos, eles podem ganhar recompensas virtuais por meio do cumprimento de metas, como avançar uma determinada fase. A diferença é que com o metaverso esse “dinheiro do jogo” pode ser usado para comprar uma roupa do seu personagem ou alguma refeição, e ser entregue, de fato, para a pessoa em sua casa e vida reais.
Agora, basta pegar esse exemplo e incorporar no varejo para entender que a essência do metaverso já está presente em nossa vida com utility tokens. O jogo passa a ser a nossa necessidade de fazer compras.
As recompensas são os próprios tokens oferecidos pelos lojistas, que premiam nossas interações, como o engajamento nas redes sociais, e podem ser trocadas por produtos, serviços ou promoções exclusivas. Assim, uma solução totalmente digital promove uma economia bem real para o orçamento familiar no fim do mês.
Como se vê, o metaverso vai muito além de criar avatares. Trata-se de um ecossistema completo para o relacionamento, seja ele comercial, social etc. O cenário de transformação digital ao longo dos últimos anos apresentou tantas inovações, e ao mesmo tempo, desafios que muitas pessoas enfrentam dificuldades para se adaptarem a essas mudanças.
Entretanto, a presença das soluções digitais é um caminho sem volta para todos. O que resta é nos adaptarmos a elas e encontrarmos formas de incluí-las em nosso dia a dia. Os utility tokens representam, assim, uma alternativa interessante de iniciação nesse mundo ora digital, ora real.
Se o metaverso é o futuro das relações humanas, saber como se relacionar com as empresas por meio de uma plataforma digital é o primeiro passo.