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A importância da diversidade e inclusão nas estratégias de ESG

Foto: divulgação.
Foto: divulgação.

Por Thalita Gelenske, fundadora da Blend Edu.

No mercado corporativo nunca se falou tanto da adoção de boas práticas ambientais, sociais e de governança (ESG – Environmental, Social and Governance, conforme a sigla em inglês).

Esse é um movimento global, que tem ganhado atenção de investidores, conselhos de administração e da alta liderança das corporações.

Porém, se pararmos para pensar, as empresas já vêm dando fortes sinais de investimento nesses pilares há muitos anos.

De acordo com a companhia MSCI, que atua no mercado financeiro norte-americano, essa tendência pode ser rastreada até antes da década de 1960.

Entretanto, hoje a sigla é um tripé de sucesso que se mostra extremamente necessário para o mundo dos negócios, e não apenas uma palavra bonita a ser colocada em relatórios, documentos e apresentações.

É verdade que o planeta segue enfrentando desafios globais, como a crise climática, desigualdade social, o risco de ditaduras digitais, conflitos nucleares, dentre outras situações alarmantes. Esse cenário já é inegável e iminente.

Com isso, empreendedores e especialistas estão percebendo a urgência de diferentes stakeholders colaborarem para a superação desses problemas.

Felizmente, estamos vendo que o bom desempenho de sustentabilidade corporativa tem se mostrado diretamente conectado aos resultados financeiros positivos. 

Em outra frente, porém, as companhias precisam também começar a entender que os programas e iniciativas de diversidade e inclusão estão contidos neste escopo, especialmente pela perspectiva social e de governança.

Ou seja, existe uma demanda ética e moral para construirmos negócios mais humanizados e conscientes, mas, além disso, já há um business case evidente que mostra uma correlação extremamente bem-vinda entre ESG (incluindo diversidade e inclusão) e melhores resultados do negócio, seja em pesquisas da Harvard Business Review, McKinsey & Company, Catalyst, dentre outras.

O próprio Larry Fink, CEO da BlackRock, uma das maiores gestoras de ativos do mundo, chegou a citar que “empresas com conselhos e líderes com um mix de gênero, etnias, experiências de carreira tem, como resultado, um mindset mais diverso e atento. (…) Elas conseguem identificar melhor oportunidades que geram crescimento no longo prazo”.

Apesar dessas evidências, ainda enxergo que há uma parcela considerável de corporações que não possuem orçamento e equipes dedicadas a colocar seu programa de ESG e de diversidade em prática.

Ainda é possível observar também casos de empresas que fazem uma defesa da diversidade nas mídias sociais e comerciais de televisão, sem que necessariamente promovam mudanças internas reais.

Por exemplo, defendem publicamente uma pauta LGBTQIA+, mas não contam com nenhuma pessoa na equipe que seja representante da comunidade, definição conhecida no mercado como Diversity Washing ou ESG Washing.

Para evitar uma situação como essa, o trabalho de análise de dados e o planejamento estratégico voltado para esse viés é primordial.

O entendimento do que é agir pautado pelos princípios do ESG, e com uma mentalidade diversa e inclusiva, é o primeiro passo para qualquer organização que deseja apostar em programas com essas características.

Dessa maneira, as companhias precisam levantar informações, mapear o seu ambiente interno e fazer diagnósticos que podem apontar para as raízes dos seus problemas básicos, pois a falta desses detalhes as tornam reféns de percepções e achismos.

Obviamente, porém, os dados não contam uma história completa, apenas dão sustentação para o que ela tem de mais impactante: os seus personagens. Pessoas são o ingrediente-chave para transformar espaços e culturas corporativas.

Portanto, é essencial se conectar com todos os colaboradores, ouvindo vivências e dando voz aos grupos minorizados e sub-representados.

Com essa conduta, é possível construir um programa pautado por valores de união, empatia e empoderamento, que atingem todas as áreas, indivíduos e estratégias de uma corporação.

Construir uma cultura pautada pelo ESG não só gera impacto positivo no mundo, como também é um modo de dar sustentação a estratégias voltadas para a diversidade e inclusão.

Produzir conteúdos e ações com esse direcionamento é um trabalho árduo, mas extremamente necessário e, no futuro, tende a trazer recompensas a todos que estão envolvidos no processo. Chegou o momento das empresas começarem a tentar mudar essa mentalidade e colocá-las em prática.

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