Search

Como esse projeto estimula o voto consciente em jovens

Foto: divulgação.

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o número de jovens de 16 e 17 anos aptos a votar nestas eleições bateu recorde. Em comparação a 2018, nas últimas eleições gerais, a participação de eleitores nessa faixa etária aumentou mais de 51%, totalizando 2.116.781 adolescentes aptos para votar.

Pensando nesses novos eleitores, a Escola de Mudadores surgiu com objetivo trilhar um caminho de aprendizagem, abordando temas como o autoconhecimento, direitos humanos, a não violência, desigualdades, fake news e meio ambiente, para que os novos eleitores tenham consciência sobre a importância do voto responsável. 

Idealizado pela Think Twice Brasil (TTB) e pelo laboratório criativo Pepita, a plataforma online é gratuita, suprapartidária e sem fins lucrativos.

Para entender mais desse projeto, o Economia SP Drops conversou com Gabriele Garcia, Fundadora e Diretora do Instituto Think Twice Brasil, e Julio A. Santi, fundador e CEO da multiplataforma Pepita. Leia abaixo:

Como surgiu a ideia desse projeto?

Gabriele: A Escola de Mudadores nasceu em janeiro de 2022 e durante a primeira fase promoveu uma pesquisa direcionada a colher a percepção dos jovens sobre a política, além de conteúdo informativo para encorajar jovens de todo o Brasil a tirarem ou regularizarem o título de eleitor. Em agosto, a trilha de aprendizagem foi oficialmente ao ar e ficará disponível por tempo ilimitado, embora os esforços estejam concentrados para que cada vez mais pessoas possam acessá-la antes das eleições. 

Julio: Para participar da Escola de Mudadores, basta inscrever-se gratuitamente no site. Pensamos com muito cuidado nos educadores para encorajá-los a levar esse conteúdo para sala de aula. Ao final de cada videoaula encontrarão um material de apoio exclusivo para educadores, com sugestões de atividades para facilitação, além de dicas de livros, filmes e outras informações relevantes. 

Como é a atuação da Escola de Mudadores?

Gabriele: Nossa expectativa é alcançar milhares de pessoas, especialmente jovens brasileiros que exercerão o direito ao voto pela primeira vez. Este ano, tivemos um recorde de novos títulos de eleitor, sendo que 2 milhões de jovens entre 16 e 18 anos se tornaram aptos a votar nas próximas eleições. Esse dado evidencia que a população jovem atende aos chamados para participar ativamente da construção democrática do país, mas ainda assim não garante que essas pessoas tenham acesso a informações confiáveis e verídicas para que se sintam preparadas para exercer o direito ao voto com responsabilidade e consciência.

Julio: A Escola de Mudadores é uma plataforma de ensino à distância, suprapartidária e sem fins lucrativos, o que garante o compromisso com a construção de conteúdos informativos responsáveis e independentes. Além do Instituto Think Twice Brasil, o projeto também conta com o apoio de organizações como a Newa, Sou da Paz, Ser Antirracista e Instituto Aurora, entre outras. O formato é pensado para ser de fácil navegação pelo celular e o conteúdo é organizado em uma Trilha de Aprendizagem centrada em quatro módulos, também chamados de “4 dimensões de consciência”: Eu, Nós, Todos e Tudo. Os eixos são compostos por videoaulas dinâmicas e material de apoio para aprofundar as reflexões,. Entre as videoaulas assinadas por especialistas estão “gerenciamento de emoções”, “direito de sonhar”, “racismo estrutural”, “Violência contra a mulher”, “Democracia”, “Fake news e direito à verdade”, “Amazônias” e “Não violência e cultura de paz”. Cada eixo reúne cerca de cinco videoaulas sobre temas inovadores que combinam perspectivas diversas e complementares. Além disso, no site da Escola também é possível baixar gratuitamente o Mini Manual de Mobilização de mudanças e o Guia de Produção de Conteúdo para facilitadores do futuro.

A menos de 2 dias das eleições, qual a importância de estimular, não apenas o voto de jovens (cujo voto é facultativo), mas o de votar de forma consciente?

Gabriele: Em um cenário de polarização e resistência ao diálogo, as pessoas se sentem desconfiadas e ainda pouco convencidas da eficácia de investirem seu tempo para exercer o direito ao voto com responsabilidade. Propomos um espaço gratuito, seguro e confiável para jovens, educadores e toda a sociedade navegarem por temas fundamentais para o fortalecimento da democracia e, sobretudo, para a promoção da agenda socioambiental, em linguagem dinâmica e não violenta.

O Instituto Think Twice Brasil trabalha com educação em direitos humanos, cultura de paz e engajamento cívico como ferramenta de transformação da sociedade. Como surgiu essa ideia e qual a importância de uma organização com esse propósito?

Gabriele: A ideia de fundar uma organização surgiu das minhas conversas com o Felipe Brescancini, cofundador do Instituto, em 2013. Naquele momento, eu atuava como advogada em um escritório tradicional de São Paulo e ele trabalhava com marketing em uma grande multinacional. Aos poucos, começamos a questionar qual seria o nosso legado para o mundo. Depois de muito planejamento, reflexões e estudos, decidimos nos dedicar ao enfrentamento das desigualdades – sociais e de gênero – e dos abusos e violações de direitos humanos. A importância de uma organização como a nossa é educar e ampliar o diálogo consciente e responsável sobre como podemos enfrentar as desigualdades e violências estruturais aproximando as pessoas da política e da cultura de paz.

Leia outras entrevistas do Economia SP Drops clicando aqui.

Compartilhe

Leia também