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Descontos maiores, extensão da data e competição pelo melhor atendimento marcam a Black Friday deste ano 

Foto: divulgação.
Foto: divulgação.

Por Marco Beczkowski, diretor de Vendas e CS da Manhattan Associates Brasil.

Embora a expectativa pelo aumento das vendas no varejo para a temporada de Black Friday e final de ano seja amplamente divulgada, os efeitos dos eventos políticos e macroeconômicos de 2022 no bolso do consumidor exigem dos varejistas novas abordagens. Neste ano, as promoções estão iniciando mais cedo, oferecendo descontos maiores e que devem durar por mais tempo, inevitavelmente colocando pressão adicional nas cadeias de suprimentos.

Durante o auge da pandemia, muitos varejistas encomendaram produtos em excesso enquanto havia escassez de suprimentos, o que significa que agora muitos deles têm um excedente de estoque. As pressões inflacionárias devem forçá-los a cortar preços e oferecer descontos maiores do que o normal, o que significa que os consumidores podem esperar uma onda de ofertas e preços mais baixos nesta temporada.

Outro ponto que deve ser considerado pelos varejistas é a fidelidade do consumidor. Antes do advento da promessa de entrega no mesmo dia do Mercado Livre, essa não era uma preocupação recorrente, mas isso mudou desde então. A cultura do varejo na última década empurrou os varejistas para o serviço e a entrega, adicionando complexidade e desafios às tecnologias da cadeia de suprimentos que sustentam as promessas da marca. Acrescente a isso que as expectativas dos consumidores estão sempre altas. Eles querem a mesma experiência personalizada, seja comprando na loja, seja online. Os varejistas precisam ir além do básico para se concentrar em oferecer essa experiência e expectativa enquanto impulsionam o crescimento dos negócios.

De acordo com uma pesquisa recente da Manhattan Associates, que analisa as expectativas do consumidor e do varejo internacional em 2022, enquanto a grande maioria dos varejistas afirmou ter um nível de interconexão entre suas funções online e na loja (83%), apenas cerca da metade está oferecendo compras na loja e devolução online (50%) ou compra online e devolução na loja (46%).

Segundo a mesma pesquisa, apenas 6% dos varejistas acreditam ter uma visão geral e precisa de seu estoque em toda a rede (online, offline e além) 100% do tempo – algo absolutamente vital para garantir não apenas a lucratividade, mas também uma experiência perfeita ao cliente. Além disso, quase um quarto dos consumidores (24%) agora espera que os vendedores possam verificar a disponibilidade em uma loja próxima se um produto estiver em falta ou solicitar esse produto para entrega ou coleta em domicílio, destacando a mistura do físico e dos espaços de varejo digital, sem ter que ligar pra outra loja para confirmar se conseguem atender ou não.

A crise no custo de vida também está influenciando os hábitos dos consumidores. Segundo a Manhattan, 82% das compras em loja já são influenciadas por canais online, sendo que o motivo mais comum para iniciar a experiência de compra online foi encontrar o melhor preço (46%), seguido de certificar-se de que o produto está em estoque (42%). Os varejistas terão que alavancar cada peça nas lojas e online para gerar lucro nesta temporada e muitos estão reavaliando o papel das lojas, reconhecendo seu valor agregado como centros estratégicos para vendas online, e também como centro de atendimento. 

Como os varejistas se preparam para ciclos de vendas prolongados e descontos maiores, existe uma possibilidade muito real de guerras de preços em alguns mercados. Com uma competição tão acirrada pelo wallet do consumidor este ano, a ênfase será não apenas em fornecer descontos significativos, mas também um atendimento excepcional. À medida que os consumidores voltam a comprar mais, as cadeias de suprimentos voltam ao centro das atenções, tornando visibilidade de estoque, comércio omnicanal e comunicação com o cliente tópicos de discussão importantes para todo o ecossistema do varejo.

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