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Comunicação: ou você a controla ou será controlado

Foto: divulgação.

Por Silvana Piñeiro Nogueira é jornalista, mestre em Estudos Políticos pela Sorbonne Paris II e pós-graduada em Marketing pela FAE Business School.

Final de ano é tempo de reflexão, de pensar o que funcionou bem e o que precisa de uma atenção especial em 2023. Além disso, é preciso saber no que focar no ano que vem e como a comunicação auxiliará no atingimento das metas estratégicas já definidas. Afinal, apenas comemorar resultados sem absorver o aprendizado trazido por eles é perder a oportunidade de reproduzi-los e ir além no ano que chega.

Sabemos que 2023 será o ano da consolidação do formato híbrido, e por isso a comunicação interna passou a ser peça fundamental para preservar a cultura organizacional, garantir a motivação dos colaboradores remotos e presenciais e, principalmente, impregná-los do sentimento de pertencimento que, nesse formato, precisa ser prioridade para manter a produtividade e a conexão com a empresa e o time.

Mas não há comunicação interna sem o comprometimento profundo da gestão. É ela que dá o tom, dita o ritmo, entrega feedbacks construtivos e, também, não pode se furtar a andar junto com o time. Hoje é preciso reforçar a cultura interna para que a pessoa identifique e valorize aquilo pelo qual tanto se esforça.

O ano que vem também será o ano da consolidação dos novos modelos de comunicação. Eventos presenciais com transmissão online já fazem parte do nosso cotidiano e tendem a crescer. Plateias presenciais e palestrantes online, ou vice-versa, também são uma tendência.

As mídias tradicionais como rádio, televisão, jornais, revistas e mídias sociais vão abrir espaço para divulgações também em lives, reels, grupos de WhatsApp e webinars. Esses deixaram de ser ferramentas para suprir o distanciamento provocado pela pandemia para se tornarem novos meios de comunicação e fortalecimento de marca.

E são muitos os ganhos: eventos com público regional hoje podem ser fortalecidos e enriquecidos com participantes de além-fronteiras, com uma rica troca de informações e visões distintas.

Aprender a lidar com tudo isso com serenidade é o desafio de 2023. Somado a isso, ainda contaremos com uma transição política importante – e que afeta diretamente o setor de comunicação – e um cenário instável economicamente, o que coloca a indústria e o mercado em clima de austeridade de investimentos.

Apesar de parecer antagônico, investir num momento desses em comunicação é essencial, pois é aí que ela mais se faz necessária. Afinal, quando se fala numa empresa, logo lembramos de sua marca e daquilo a que ela nos remete. Não se trata mais de estar nas redes ou não, ou de trabalhar a comunicação: as pessoas falam sobre tudo e todos, mesmo que eles não tenham consciência disso. Se você não cuida da sua comunicação, põe em risco a sua reputação, pois alguém falará sobre você – mas, nesse caso, sem que você tenha o controle.

Por fim, o ano traz pautas importantes ligadas ao meio ambiente e igualdade, e essa é uma oportunidade para as marcas se fortalecerem. A consolidação do conceito ESG (ações ambientais, sociais e de boa governança) ultrapassa o discurso empresarial e passa a exigir comprovações reais e públicas. A comunicação pode ajudar nesse trajeto.

A comunicação deixou de ser uma ferramenta acessória para ocupar um lugar de destaque na estratégia e na competitividade da empresa. Pense nisso em 2023!

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