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Colaborador no centro: as tendências para o RH em 2023

Foto: divulgação.

Por Robson Campos, diretor de produtos RH da TOTVS.

2022 foi um ano de consolidação e adaptação das novas maneiras de trabalhar, principalmente com a ampla adoção de modelos mais flexíveis de trabalho. De acordo com uma pesquisa da Catho, as vagas de emprego no formato home office cresceram 496% neste ano em relação ao primeiro semestre de 2021. Como consequência de tantas mudanças, a área de RH precisou rapidamente se adaptar para atender demandas tanto por parte dos colaboradores, como das empresas.

Diante do novo cenário no ambiente organizacional, a agenda do RH passou a ter novas prioridades, dentre elas o bem-estar, saúde emocional, segurança, desenvolvimento e produtividade dos colaboradores. Os primeiros passos foram dados com a implementação de uma série de mudanças, principalmente com a digitalização de processos antes burocráticos e a criação de iniciativas para um relacionamento cada vez mais humanizado.

Nesse contexto, a tecnologia foi fundamental, provendo ferramentas — novas ou adaptadas — para que a gestão de pessoas pudesse ocorrer de maneira adequada, facilitando processos e permitindo a criação de novas conexões no ambiente corporativo. Para 2023, o cenário não será diferente, sobretudo com a priorização de uma visão holística da jornada do colaborador. Pensando em tudo que vem pela frente, separei quatro tendências que devem movimentar os investimentos da área de RH no próximo ano:

Bem-estar e fator humano nas organizações

Já faz alguns anos que felizmente muitas empresas entenderam como é importante assumir uma postura mais humanizada com os colaboradores, provendo um ambiente mais seguro e acolhedor, com especial atenção à saúde mental dos profissionais. Isso sem dúvida foi amplamente potencializado nos últimos dois anos, tornando cada vez mais ultrapassada a ideia de que colaboradores são recursos e tomando espaço a consciência de que a empresa é um organismo vivo formado por pessoas, com desejos e necessidades próprias.

E em 2023 acredito que as corporações devem evoluir ainda mais iniciativas nesta direção. Já falei sobre isso outras vezes, mas aqui a tecnologia pode desempenhar um importante papel na humanização das relações, já que não serve mais apenas para automatizar e otimizar processos em uma estrutura “robotizada”, mas sim para gerar e oferecer dados mais inteligentes e informações mais completas e valiosas para que o RH tenha tudo o que precisa para buscar o melhor para os colaboradores e para a própria empresa.

A jornada do colaborador

Ainda relacionado ao tema anterior, em 2023 continua em destaque no mundo do RH a pauta da jornada do colaborador. Esta nova ótica valoriza cada vez mais o desenvolvimento, realização e bem-estar do profissional, entendendo que ele precisa ser acompanhado e suportado não em momentos pontuais, mas em seus diversos momentos de carreira dentro da empresa. Esse movimento deve ser reforçado cada vez mais nos próximos anos, com o aumento da presença das gerações Z e Alpha no mercado de trabalho, priorizando empresas que apresentem valores e propósitos alinhados aos seus valores e objetivos pessoais.

Assim, a tendência é de que o RH invista em ferramentas tecnológicas que suportem a avaliação e evolução individual do colaborador não só em suas atividades diárias na empresa, mas pensando em seu desenvolvimento pessoal e profissional em um ambiente que propicia o crescimento e engajamento do profissional, conectando-o também à cultura organizacional.

Valorização da intergeracionalidade


Com a tendência de envelhecimento da população brasileira, as empresas já vivenciam o crescimento do número de colaboradores mais velhos. Por isso, o debate sobre etarismo deve estar cada vez mais no centro do debate do RH. Aos poucos, empresas e colaboradores percebem que preconceitos relacionados à idade avançada são infundados e que a intergeracionalidade nas equipes traz inúmeros benefícios.

A diversidade, incluindo a etária, é fundamental para uma equipe mais criativa e enriquecedora. Independentemente da idade, quando o profissional tem curiosidade, vontade de aprender e sabe usar sua experiência profissional e de vida, sua atuação pode ser muito produtiva. Em 2023, acredito que veremos cada vez mais a valorização da intergeracionalidade nas empresas, com o crescimento de processos de recrutamento voltados para este público e atividades que promovam a integração colaboradores de diferentes faixas etárias – e aqui a tecnologia pode atuar como importante catalisadora do processo de diálogo entre gerações.

A importância do feedback

Outra temática em alta na sociedade e diretamente relacionada à gestão de pessoas é a importância do autoconhecimento. No ambiente corporativo, a constante autoanálise e reflexão é muito positiva para o crescimento do profissional, uma vez que ele consegue enxergar suas fortalezas e pontos a melhorar e, assim, delinear seus aprimoramentos e propósitos. E para que a autoconsciência seja realmente eficaz, é preciso estar abertos a escutar o outro.

Nesse processo, o feedback é algo fundamental para a construção e evolução da carreira, e por isso deve continuar sendo destaque para a área de RH. E o mais importante é que, ainda que o feedback seja um processo tradicional, criado há décadas, a tecnologia é uma grande aliada para modernizar e inovar, principalmente com sistemas de avaliação de performance. Com isso, os colaboradores se sentem mais engajados e são criadas novas dinâmicas de avaliação, como feedbacks completos, estabelecimento de metas etc.

As diversas mudanças pelas quais a área de gestão de pessoas passou nos últimos anos reforçaram seu dinamismo, uma vez que organizações e pessoas estão em constante transformação. Diante das revoluções positivas, a digitalização deve auxiliar cada vez mais nos processos e atividades estratégicas do RH. E certamente essas tendências trarão impacto na produtividade e eficiência do time e, consequentemente, impacto direto no desempenho das corporações, o que é prioritário em um contexto de crescente competitividade. Especialmente com as novas formas de trabalhar, implementadas principalmente a partir de 2020, gestores e organizações puderam contar com a tecnologia como uma importante parceira, possibilitando novos caminhos para conexões genuínas entre empresas e colaboradores.

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