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Empreendedorismo feminino: o que esperar para 2023?

Foto: Natália Jaguaribe/divulgação.

Por Karla Lacerda, CEO da CalcLab.

Quem acompanha o mercado de startups notou que 2022 não foi um ano fácil. Foi o ano de apertar os cintos, recalcular rotas, analisar os pontos fortes e investir cada vez mais neles.

O ano que começou com altas expectativas pelos grandes cheques que rolaram em 2021, mostrou-se em curso oposto durante seu curso, tanto pelas repercussões de pandemia, varíola do macaco, M&As, demissões em massa, quanto pela queda de crypto e tantas outras adversidades. 

As startups tiveram que pesar bem as “burn rates” (taxas de queima de caixa),  estratégias de crescimento, investimento em equipe e marketing e segurar todos os gastos.

Tiveram de entender valuations mais baixos, muitos declínios de captações e realmente provar seu valor para manterem-se vivas. 

O Brasil é um país especialmente empreendedor, ocupa o sétimo lugar no ranking realizado anualmente pelo Global Entrepreneurship Monitor, que tem parâmetros definidos para verificar o espírito empreendedor dos povos de diferentes países.

O mercado de inovação brasileiro é exemplo no mundo e atrai investidores de todas as partes, mas, diante do cenário global, é necessário uma readequação e forma de validação. 

Minha carreira empreendedora surgiu justamente em um ano atípico: 2020, mas com o olhar voltado para tecnologia, foi possível evoluir muita coisa em pouco tempo.

O CalcLab é uma healthtech que surgiu via recursos próprios e que agiliza e facilita a interpretação de exames laboratoriais, processando resultados de 800 laboratórios, inclusive internacionais, para criação da startup, convidei o professor Gabriel de Carvalho, que é referência no assunto, para fazer parte.

Dentro deste caminho, cada ano teve uma característica mercadológica diferente e precisamos ser ágeis na tomada de decisão e atentos ao que acontecia.

Nos dois primeiros anos, nos dedicamos a colocar toda inteligência científica na criação de um software de ponta que concatenasse as combinações para possíveis resultados que facilitariam a rotina de médicos e especialistas em saúde.

Já no ano de 2022 foi quando colocamos o carro na rua, geramos conversa com investidores que estão caminhando, participamos de premiações e trouxemos algumas para casa, expandimos nosso networking e ampliamos nosso leque. 

Fizemos nossa lição de casa em relação ao nosso propósito, tecnologia de ponta, cultura empresarial, números, metas e acompanhamento da evolução estratégica, então para 2023, nossa meta é ter a rodada de captação para expandir ainda mais nossa operação, aumentar o quadro de funcionários, chegar a mais médicos para democratizar o acesso à saúde do paciente, a fim de auxiliar o diagnóstico de pacientes, otimizando a consulta médica. 

Finalizo o ano com o checklist empresarial mais do que concluído e com as metas claras de onde vamos chegar, de modo sustentável e viável, sem exageros e queima de caixa sem necessidade. Para 2023 o planejamento está feito e pronto para as adversidades que podem aparecer.

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