As captações das startups brasileiras despencaram no segundo semestre do ano passado, segundo o Inside Venture Capital, da plataforma de inovação Distrito.
A alta global dos juros pesou sobre o apetite do capital de risco. Apesar dessa desaceleração nos últimos seis meses, alguns setores, como o de energytech, mostraram resiliência e receberam cheques elevados.
Um outro levantamento, o Retrospectiva 2022, aponta que o ano passado foi o segundo melhor para o setor desde o início da série, em 2013.
Entre julho e dezembro do ano passado, as startups captaram US$ 1,54 bilhão em recursos, o que representa uma queda de 65% em relação ao mesmo período de 2021.
Graças ao bom desempenho da primeira metade do ano, as startups arrecadaram US$ 4,46 bilhões no ano passado, só perdendo para os US$ 9,8 bilhões levantados em 2021.
Um setor que recebeu esses cheques mais elevados foi o de energytech, que captou US$ 174 milhões no período. Isso representa uma alta de 41,8% sobre todo o ano de 2021, quando o volume ficou em US$ 123 milhões.
O grande destaque ficou por conta da Órigo, startup que atua em geração distribuída de energia solar e que recebeu US$ 135 milhões em julho.
Outros destaques do segundo semestre
- Early stage (série A e B): US$ 630 milhões, -70,1% em relação ao segundo semestre de 2021.
- Late stage (série C em diante e private equity): US$ 720 milhões, -66,4% em relação ao segundo semestre de 2021.
- M&A: 79 operações, -41% em relação ao segundo semestre de 2021.
Retrospectiva 2022
- M&As: 200 operações em 2022, contra 250 em 2021.
- M&As: 107 transações de startups comprando outras startups, o que representa 56,9% do total de operações de aquisição durante o ano.
- M&As: 57 aquisições foram feitas por corporações, ou 30,3% do total.
- M&As: fintechs é o setor com mais deals, respondendo por 23,4% do total.
- Captações: foram 12 mega rounds (deals superiores a US$ 100 milhões) em 2022, -69,2% em relação aos 39 de 2021.