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5 tecnologias que serão tendência nos próximos meses

Foto:  khunkorn/AdobeStock
Foto: khunkorn/AdobeStock

As tecnologias evoluem rapidamente. De um ano para o outro, uma inovação pode ficar defasada. Nos últimos anos, o metaverso foi a grande aposta do setor, encabeçada por grandes empresas.

Este ano, a Meta, dona do Facebook acumula prejuízos investindo na área, e vê concorrentes ganhando destaque com os avanços da inteligência artificial.

A Microsoft, com o ChatGPT, pode inclusive ameaçar o Google como buscador após 15 anos de hegemonia.

Para além da inteligência artificial, há outras inovações que podem revolucionar setores diversos, como logística, finanças e saúde.

Mais do que apostas, são ferramentas já usadas no cotidiano, mas com potencial de crescerem em escala e impacto.

Perguntamos para cinco especialistas quais são as tecnologias que devem estar no radar de qualquer entusiasta da área, seja para investir, desenvolver ou apenas acompanhar.

  1. Processamento de dados em tempo real, segundo Daniel Polano, diretor de produtos da CSD BR.

Tem se tornado uma necessidade cada vez maior o processamento de um grande volume de dados em tempo real. As tecnologias que fazem isso com baixa latência, alta escalabilidade e resiliência serão cada vez mais relevantes.  Hoje, as plataformas de “stream processing” mais utilizadas permitem o tratamento de dados em lote e em tempo real. A tendência é a modalidade de dados em lote desaparecer pelo atraso com que lida com as informações. Por outro lado, os dados em tempo real devem ganhar força, já que as informações de sistemas legados e modernos de big data passam por uma análise mais apurada. 

  1. 5G e compartilhamento de dados, segundo Evandro Figueiredo, head de segurança e privacidade da Open Co.

Com a chegada do 5G (quinta geração da internet móvel) no Brasil, impulsiona-se a conectividade. Toda atividade passa por soluções e serviços de internet estável, de qualidade e com cibersegurança. Mais do que velocidade na internet, o 5G é também resposta ao envio de dados (latência) muito menor, o que possibilita uma capacidade ampla de processamento de dispositivos conectados, como os serviços móveis, o acesso a serviços em “Cloud Computing”,e as “Plataformas oferecidas como Serviço” (PaaS). A tendência é que essas plataformas comecem a ter custos mais acessíveis, inclusive para os pequenos negócios. E com mais conectividade, o compartilhamento de dados entre organizações tem espaço para prosperar. A ideia é que, numa visão de rede, simplificando a mecânica, as empresas impulsionam umas às outras, compartilhando dados de forma segura e contínua. Podem, então, juntas construir novas tecnologias, originando novos modelos de negócios e produtos inovadores. Para mensurar o potencial da prática, basta tomar como exemplo a pandemia de Covid-19, quando pesquisadores, autoridades e farmacêuticos passaram a compartilhar dados de testes de vacinas, encontrando uma solução mais ágil e escrutinada.

  1. Web 3 no mercado financeiro, segundo Leo Monte, diretor de inovação da Sinqia e diretor-geral do Torq.

A Web 3, também conhecida como a próxima geração da internet, é especialmente importante para o mercado financeiro, já que permite a criação de sistemas descentralizados e mais transparentes. Essa tecnologia deve ganhar importância e ser aplicada em diferentes setores do universo financeiro nestes próximos anos. Um dos principais benefícios da Web 3 é a capacidade de oferecer segurança e privacidade para as transações financeiras. Por meio de contratos inteligentes, é possível criar sistemas automatizados que garantem a verificação de transações e a conformidade regulatória, sem a necessidade de intermediários. Isso pode ajudar a reduzir os custos operacionais e aumentar a eficiência dos sistemas financeiros. Além disso, a tecnologia blockchain permite que as transações sejam registradas de forma transparente e segura, o que pode ajudar a combater a lavagem de dinheiro e outras formas de fraude financeira. A tecnologia Web 3 também está permitindo a criação de novos tipos de ativos financeiros, denominados tokens. Esses tokens podem ser usados para representar a propriedade de um ativo real, como ouro ou imóveis, ou para representar uma participação em um projeto ou empresa. Isso abre novas possibilidades para o investimento, que passa a ser mais acessível e diversificado.

  1. Finanças embutidas e fintechização, segundo Bruno Martucci, head de produto da Pomelo.

As fintechs foram destaque entre as startups nos últimos anos, liderando as rodadas de investimento arrecadadas até 2022. O ecossistema evoluiu, e estamos diante de uma nova fase no oferecimento de serviços financeiros, que deve ser tendência já a partir deste ano: a “fintechização” de outros setores. Com embedded finance, também chamado de finanças embutidas, varejo, cripto, agro, e diversos outros segmentos podem oferecer serviços financeiros, como contas digitais ou cartões próprios. Um estudo da Deloitte mostra que as finanças embutidas, nos próximos anos, podem gerar receita adicional de R$ 24 bilhões, além de uma oferta de crédito de R$ 83 bilhões. São muitas as vantagens para as empresas, como melhorar a experiência do cliente, trazer maior vínculo e a própria oferta de novos produtos, e hoje esse caminho é muito mais fácil graças a empresas como a Pomelo. Mercado não falta: milhões de brasileiros ainda hoje não têm acesso a serviços financeiros. O Pix é a prova de que a tecnologia é a via de acesso para incluir mais pessoas: milhões de pessoas fizeram sua primeira compra usando uma conta digital e Pix, e agora podem fazer diversos tipos de transações de forma digna. Contas digitais e diferentes tipos de cartão não são novidade, a missão agora é aproximar esses produtos da realidade do Brasil e de toda a América Latina. 

  1. Saúde do futuro, segundo Marcelo Rinesi,diretor de inteligência artificial da Axenya.

A palavra-chave para as healthtechs nos próximos meses será maturidade. Com algumas exceções importantes, em 2022 avançamos mais na fronteira tecnológica da saúde do que na entrega de resultados. Os incentivos e oportunidades em 2023 devem apontar para o oposto: em vez de desenvolver novas tecnologias do zero, as empresas buscarão maneiras de aplicar inovações para alavancar o poder recém-descoberto. O tema central será o desbloqueio sistêmico dos benefícios da IA nas áreas da medicina em que ela pode ter maior impacto, não como um projeto pontual, mas como uma mudança irreversível de processos e cultura. Nesse sentido, podemos esperar alguns movimentos: uma aceleração na pesquisa básica, já que a integração da modelagem de IA permite que cientistas e empresas lidem com níveis exponencialmente mais altos de complexidade, o início de melhorias significativas na eficiência das empresas de prestação de cuidados de saúde, à medida que os sistemas de gerenciamento baseados em IA começam a substituir os processos antigos; avanços rápidos em dispositivos e materiais médicos por meio da aplicação de uma nova geração fundamental de ferramentas de engenharia de biotecnologia alimentadas por IA; novas ondas de pesquisa, desenvolvimento e investimento direcionados, uma vez que o próprio processo estratégico começa a ser conduzido por modelos de IA com mais assertividade. O ano de 2023 provavelmente será visto como parte de uma transição importante na qual não apenas desenvolvemos uma IA poderosa, mas também desvendamos o truque mais difícil de como usá-la da melhor forma.

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