As startups tiveram o pior janeiro desde 2018, de acordo com o levantamento Inside Venture Capital, do hub de inovação Distrito.
No primeiro mês do ano, foram captados US$ 96,6 milhões, uma queda de 84% em relação ao mesmo período do ano passado.
O resultado só não foi pior por conta da captação da energytech Órigo, que respondeu por metade do volume de janeiro, com US$ 45,5 milhões.
Conversamos com alguns investidores do país para entender o atual momento e como os investimentos em startups devem se comportar no decorrer do ano. Confira abaixo:
Para Gustavo Gierun, CEO do Distrito, destaca que será um ano desafiador para o setor:
No mesmo sentido Cacio Packer, CEO da Pacetech e fundador da SCAngels, comenta que o momento é de cautela por conta de vários fatores macroeconômicos, como a retomada do crescimento na taxa de juros e a incerteza sobre as políticas públicas que o novo governo vai adotar e que afetam toda a economia:
Que o dinheiro anda escasso para aportes em startups não é nenhuma novidade. Depois do boom que aconteceu a partir de 2020, o momento é mais difícil para quem precisa levantar investimento, de acordo com Tiago Vailati, ex-CEO da Hiper (vendida para Linx/Stone) e sócio da Questum, que faz assessoria de M&A para startups:
Para ele, a tendência é que os fundos olhem para negócios que provam potencial de crescimento sustentável a longo prazo. E nessa mesma linha, João Kepler, CEO na Bossanova Investimentos, venture capital mais ativa da América Latina, complementa que os investimentos não pararam, apenas ficaram mais seletos:
Marina Leite, head de RI da Invisto, venture capital que atua no Sul do Brasil, ressalta que assim como os movimentos de injeção de capital durante a pandemia inflaram o valuation e trouxeram muito dinheiro para startups, o mesmo movimento foi visto nos fundos de venture capital:
Orlando Cintra, CEO da BR Angels, associação nacional de investimento-anjo composta por mais de 260 CEOs, concorda que é muito cedo para tirar uma conclusão sobre os números deste ano, mas espera que os investimentos em startups continuem acontecendo, até pelos valuations agora estarem mais racionais e justos.
Para finalizar, Rafael Moreira, CEO da Bertha Capital, acredita que os fundos continuarão investindo nos próximos meses, mas o prazo de avaliação dos negócios será maior:
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