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12 profissionais que estão transformando o mercado financeiro

Foto: Rachael Presky/AdobeStock

Apesar das mulheres serem maioria na população brasileira, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), essa proporção não é a mesma no mercado financeiro.

Mesmo com um leve crescimento de líderes femininas nesse segmento, um levantamento da provedora de índices Teva apontou que o setor financeiro tem, em média, 16,3% de participação feminina nos conselhos.

Além disso, o estudo Mulheres em Ações, da B3, realizado em dezembro do ano passado, reforça esses dados: a cada 100 empresas com ações negociadas na Bolsa de Valores, 61 não têm mulheres em cargos de diretoria estatutária.

Pensando na importância da representatividade e na equidade de gênero no mercado de trabalho, profissionais femininas compartilham suas trajetórias e provam que, apesar dos gargalos, o segmento financeiro também é lugar para mulher.

Lara Thomazini, Head de Marketing da Fincare N26

Para ela, ter mais mulheres ocupando espaços de liderança é uma questão de justiça social, sendo também um imperativo para a construção de espaços de trabalho mais empáticos e acolhedores.

Para isto acontecer, ela completa que as mulheres, no geral, precisam ter acesso às oportunidades que já têm direito, em especial, as mulheres pretas.

Cristiane Nunes, Gerente de Política de Crédito da Provu

Ela destaca que, mesmo que a porcentagem de mulheres com ensino superior seja maior que a dos homens, e a taxa de sucesso delas seja superior em todo o programa escolar brasileiro, a presença feminina em conselhos de empresas é, em média, próximo de 11%, segundo o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa. Além disso, somente 38% dos cargos de liderança no Brasil são ocupados por mulheres, de acordo com Women in Business 2022. E acrescenta que companhias com mais mulheres na liderança, quando comparadas com a média da indústria, veem um resultado operacional 48% maior e uma força de crescimento no faturamento 70% maior, segundo Mckinsey Study.

Ana Tena (CEO) e Tatiana Loesch (head de RH) do Grupo Travelex Confidence

No Grupo Travelex Confidence, maior especialista em câmbio do mundo, o exemplo vem de cima. Sob o comando da CEO, Ana Tena, a companhia aposta na presença de mulheres tanto na operação, quanto na liderança. Hoje, a empresa possui 52% de mulheres em cargos de comando e, em todo o grupo, 59% dos colaboradores se identificam com o gênero feminino, fator ainda mais importante para o desenvolvimento dessas profissionais.

Para Tatiana Loesch, head de RH  da companhia, proporcionar um ambiente profissional diverso, gera impacto positivo em todas as camadas da organização:

Michele Pines, diretora de gente & gestão da iugu

Para ela, para que o processo de crescimento profissional das mulheres em ambientes majoritariamente masculinos seja menos doloroso, o ideal é se desfazer de algumas amarras que podem não colaborar para seu desenvolvimento.

Thaís Fischberg, presidente da Adyen para América Latina

Em janeiro deste ano, ela assumiu a presidência da Adyen, plataforma de tecnologia financeira preferida de empresas líderes. A executiva, que já atuava na empresa como vice-presidente da área de produtos, agora se torna a primeira mulher a assumir a liderança da empresa para a América Latina.

Formada em publicidade e propaganda pela ESPM e pós-graduada pelo Insper, a profissional tem longa experiência no setor de pagamentos, com passagens pela Mastercard, Worldline, Santander e Grupo Movile.

Com filiais no Brasil e México, a região teve uma receita líquida de € 97.8 milhões no ano passado, crescimento de 31% na comparação com 2021, superando os 25% registrados em EMEA (Europa, Oriente Médio e África). Em um cenário global, a empresa alcançou receita líquida de €1,3 bilhão, aumento de 33% na comparação com 2021.  

Valquíria Matsui, economista e sócia da QI Tech

Apesar do mercado financeiro ser dominado majoritariamente por homens, as mulheres vêm tendo um expressivo crescimento no mundo dos investimentos.

Ela aproveita e elenca para as novatas que estão começando a ingressar na área, que o setor financeiro e a rotina são processos completamente distintos um do outro e é preciso ter discernimento para atuar no mercado:

Petra Studholme, CMO do alt.bank (novücard) 

Com mais de 30 anos de experiência global no setor financeiro, ela comenta que quando há a vontade de constituir família e também quando há a necessidade de cuidar de parentes idosos ou frágeis, a responsabilidade recai, principalmente, para a mulher que, muitas vezes, precisa fazer uma pausa na carreira, ou abdicar, para tomar conta da situação. Muitas vezes, é nesse período que os colegas do sexo masculino avançam, sendo promovidos a cargos mais altos e ganhando salários maiores, criando uma lacuna de gênero que será difícil de superar. 

Priscilla Nicolellis, coordenadora de marketing da Creditú

Ela acredita que a luta da mulher por direitos e espaços iguais aos do homem é muito antiga:

A profissional reforça que é de extrema importância esse equilíbrio de gênero para que a “engrenagem” da empresa gire de forma mais saudável, eficiente e acolhedora. “Mulheres têm total capacidade técnica para assumir posições de liderança e diria que têm até mais habilidades comportamentais, como empatia e resiliência, do que os homens. Estabelecer a igualdade de gênero dentro de uma empresa, contribuiu para a igualdade na sociedade”, finaliza Priscilla.

Alessandra Gontijo, sócia e diretora comercial da Investo

Para ela, muito embora as mulheres estejam ocupando um espaço de maior destaque no mercado financeiro, ainda há um longo caminho pela frente:

Mariana Bonora, diretora-executiva da ABFintechs

A presença feminina no mercado de trabalho apresenta um grande crescimento e reconhecimento, mas com pontos a melhorar.

Karine Nogueira, diretora de serviços da Sinqia

Ela aponta que os desafios são imensos dentro do segmento que atua, já que as áreas de finanças e tecnologia sempre foram muito masculinas:

Segundo ela, ainda existe um gap gigante do público feminino em lideranças em empresas de tecnologia e do mercado financeiro, e, para que isso mude, as organizações devem estar dispostas a aumentar este funil e evitar cair no que é mais habitual, que é a contratação de homens:

Ana Paula Kleindienst, chief legal e compliance officer da Guru

O  empoderamento feminino é  um grande aliado para quem trabalha em fintechs, segundo ela:

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