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Como funciona e quais os benefícios de uma corporate venture builder

Foto: divulgação.
Foto: divulgação.

Uma corporate venture builder (CVB) é a estrutura interna de uma companhia que foca em idealizar, desenvolver, testar e escalar novos negócios ligados à sua operação. Diante de um crescente interesse em inovação corporativa, a prática tem ganhado destaque.

Para 52% dos executivos, a criação de novos negócios está entre as três prioridades para o crescimento, de acordo com uma pesquisa da McKinsey divulgada em 2020.

Uma das iniciativas desse tipo no Brasil é o BizHub Studio, idealizado pelo ecossistema de inovação e tecnologia da A&M, o BizHub, para cocriar startups que resolvem grandes problemas do mercado.

Ao Economia SP Drops, ele conta como funciona, diferenciais e benefícios de uma CVB. Confira abaixo:

Como funciona o modelo de corporate venture builder?

Luis: A corporate venture builder fornece todo o insumo necessário para impulsionar soluções e conta com empreendedores internos ou externos para liderar as startups ali criadas. Uma tese de investimento deve nortear a seleção de novas ideias, a alocação de recursos e a avaliação de performance dos produtos. Entre as possibilidades, está alavancar e aplicar novas tecnologias ao negócio principal da empresa, obter retorno financeiro e impacto socioambiental ou até mesmo desenvolver um modelo disruptivo no segmento de mercado. Para atingir esses objetivos, existem diferentes metodologias de apoio. No BizHub Studio, por exemplo, a startup passa por três fases de desenvolvimento: ideação, ida ao mercado e crescimento. Na fase de ideação, as companhias se aprofundam nos problemas e oportunidades internas para então definir a tese de investimento, os critérios de seleção e o processo de aceleração. Depois de selecionar as oportunidades que pretende desenvolver, é o momento de usar a modelagem de negócios e validação junto a potenciais clientes, testando as soluções no mercado. A segunda fase foca na abertura de mercado da startup, com a validação do processo de vendas e do produto para adquirir novos usuários e melhorar a experiência. Por último, a fase de crescimento busca otimizar a operação da startup e escalar a solução por meio da abertura de novos mercados, além de promover a melhoria contínua. Vale destacar que a partir do momento em que a solução já foi provada e aceita pelo mercado, o negócio pode sair da corporate venture builder. Com uma base de clientes que sustentam uma operação eficiente, a startup interna é capaz de operar sem o apoio da empresa que a originou.

Por que é diferente de outras práticas de criação de startups?

Luis: As incubadoras ajudam no desenvolvimento inicial de startups, desde a ideia até a validação do mínimo produto viável (MVP), que é a versão mais simples do produto. Por outro lado, aceleradoras atendem startups que já tem um produto testado e aprovado pelo mercado, mas necessitam de apoio para organizar a operação, escalar as vendas, entre outros. Já a Venture Builder é uma estrutura que abrange a oferta de incubadoras e aceleradoras, dado que apoia desde o início da vida de uma startup até a sua escala no mercado, oferecendo um framework de trabalho, recursos compartilhados e expertise na criação de novos produtos. A corporate venture builder se diferencia da venture builder porque traz o framework, recursos e expertise da própria empresa que patrocina a operação. Ou seja, ela atua como uma plataforma de aceleração do modelo de negócio das startups ao contribuir com inteligência de mercado, acesso a clientes e fornecedores e confiabilidade na marca da nova solução. No caso do BizHub, contamos com mais de 1.200 especialistas de mercado no Brasil, em mais de 16 áreas de atuação. No mundo todo, são mais de 7 mil pessoas que proporcionam uma alta capilaridade para resolver problemas e acompanhar tendências de inovação. Somado ao acesso a mais de 500 empresas brasileiras por meio das consultorias da A&M, temos o que é preciso para alavancar o sucesso de uma startup. Quando se trata de acesso a capital, diferentemente de venture builders, as CVB nem sempre investem diretamente nas startups. Elas podem cobrir todas as rodadas da startup, realizar os aportes apenas em fases iniciais ou utilizar outros veículos de investimentos, como investidores terceiros parceiros e fundos de corporate venture capital (CVC). É o caso do BizHub Studio. Ele conecta as startups a um fundo de CVC, o BizHub Ventures, que conta com investimento da A&M Brasil e dos próprios colaboradores da empresa.

Quais os benefícios?

Luis: corporate venture builders têm ganhado destaque por ajudar empresas a inovarem. A prática está conectada ao conceito de ambidestria organizacional, ou seja, o equilíbrio entre estratégias que geram resultado a curto prazo e um olhar voltado para criar estratégias inovadoras a longo prazo, que permitam manter a competitividade no mercado. Essa noção vem para evitar o insucesso de empresas como Nokia, Kodak e Blackberry que entraram em rigidez organizacional, ficando dependentes dos processos que as tornaram um sucesso uma vez, sem capacidade de reagir a tempo para remodelar o negócio. Ao considerar complementares as diferenças entre startups e grandes empresas, as CVB desenvolvem soluções de forma mais ágil. Enquanto a burocracia que costuma acompanhar o modelo das empresas impede novos modelos de negócios de surgirem, uma CVB diminui as barreiras e rompe padrões, ainda seguindo a estratégia da companhia a curto, médio e longo prazo. Além de que o estilo de startups, que é mais propenso ao risco e ao movimento acelerado, favorece esse processo. Do lado do empreendedor, uma das vantagens é evitar os principais fatores de fracasso das startups. Dentro da empresa, ele tem um ambiente propício a se dedicar exclusivamente à criação e escalabilidade da solução, acelerando o ciclo de vendas da startup.

Como implementar?

A implementação deve estar alinhada aos objetivos da empresa e à estratégia de inovação. Na prática, a empresa deve proporcionar salário e infraestrutura para o empreendedor desenvolver a solução, um ambiente de trabalho receptivo a erros, além de abertura de mercado, enquanto o empreendedor entra com a expertise no negócio e a bagagem empreendedora para aproveitar os benefícios da CVB. Para selecionar os empreendedores que vão guiar a startup, leva-se em consideração o tempo de experiência e realizações no mercado, disponibilidade para atuação integral, habilidades de liderança e gestão de pessoas, entre outras. Contar com o apoio de empresas que já passaram pelo processo contribui para um melhor aproveitamento. Com conhecimento especializado e a experiência acumulada no estúdio, o BizHub ajuda companhias a estruturar suas próprias Venture Builders para desenvolver novos negócios de forma replicável e com alto potencial inovador. 

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