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Os insights de Mulheres Invisíveis, escrito por Caroline Criado Perez

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Apenas a segunda leitura do ano concluída. Mais do que cumprir uma meta, é importante se dedicar para chegar ainda mais longe e buscar aprender lendo é um dos caminhos. 

Outros livros desde o início do ano eu acabei iniciando, mas abandonei porque não eram assuntos que eu queria no momento. Este mês concluí a leitura densa do Mulheres Invisíveis, escrito por Caroline Criado Perez. 

Vou ensinar meu método para poder ler um pouquinho cada dia: preparo meu café logo de manhã e leio até 3 ou 4 páginas, assim, consigo manter a frequência enquanto minha mente ainda está fresca.

Quem adotar o método, me marca no Instagram @anapauladahlke que eu faço o repost e, além de inspirar novas pessoas a lerem mais, ainda compartilho dicas de livros que a rede está lendo.

Abaixo, deixo os principais insights do livro:

Página 11: […] o resultado de viver num mundo construído a partir de informações que tomam os homens por padrão pode ser fatal.

Página 12: Quando os seus megadados são corrompidos por megassilêncios, as verdades resultantes são, no melhor dos casos meias verdades.

Página 12: Esse novo contexto torna ainda mais urgente a necessidade de preencher a lacuna dos dados de gênero. A inteligência artificial que ajuda os médicos a fazerem diagnósticos, que analisa currículos e até mesmo faz entrevistas com possíveis candidatos a empregos já se tornou comum. Mas a inteligência artificial foi treinada em conjuntos de dados permeados por lacunas – e considerando que os algoritmos normalmente são protegidos, vistos como softwares de propriedade de alguém, não se pode sequer verificar se tais lacunas foram levadas em conta. Pelos indícios disponíveis, no entanto, tudo leva a crer que não foram. 

Página 13: As preocupações especificamente femininas que os homens deixam de levar em conta cobrem uma grande diversidade de áreas, mas no progresso, da leitura você perceberá três temas recorrentes: o corpo feminino, a carga de trabalho feminino não remunerado e a violência masculina contra mulheres. 

Página 25: […] o viés masculino está tão entranhado em nosso psiquismo que mesmo palavras autenticamente neutras quanto ao gênero são entendidas como masculinas.

Página 33: O fato é que o mérito é uma questão de opinião, e a opinião se molda pela cultura. E se essa cultura tem um viés tão masculino quanto a nossa, não poderá evitar estar enviesada contra mulheres. Por padrão.

Página 35: Se a ausência de mulheres em posições de poder é usada como justificativa para a exclusão delas da história cultural, também é uma desculpa frequente para justificar por que, quando ensinamos as crianças sobre o passado, falamos quase exclusivamente sobre a vida de homens. 

Página 37: A história da humanidade. A história da arte, da literatura e da música. A história da própria evolução. Tudo isso nos é apresentado como fatos objetivos. Mas a realidade é que esses fatos têm mentido para nós. Todos foram distorcidos por não levarem em conta metade da humanidade – e muitas vezes pelas próprias palavras que usamos para transmitir nossas meias verdades. Essa falha levou a lacunas nos dados.

Página 41: Durante muito tempo consideramos as mulheres como um desvio da humanidade padrão, e isso permitiu que elas se tornassem invisíveis. É hora de uma mudança de perspectiva. É hora de as mulheres serem vistas. 

Página 70: A desproporção aparente entre o medo das mulheres e o nível de violência que as estatísticas oficiais dizem que elas sofrem não se refere apenas ao medo generalizado experimentado pelas mulheres. Elas também deixam de denunciar agressões mais graves.

Página 80: Quando os planejadores deixam de levar em conta o gênero, os espaços públicos tornam-se espaços masculinos por omissão.

Página 84: Globalmente, 75% do trabalho não remunerado é desempenhado por mulheres, que se dedicam a ele entre três e seis horas por dia, contra trinta minutos a duas horas no caso dos homens. 

Página 85: Em média, 61% do trabalho doméstico é assumido por mulheres.

Página 86: A conclusão é de que no mundo inteiro, com poucas exceções, as mulheres trabalham mais horas do que os homens. 

Página 92: […] o trabalho feminino não remunerado é desvalorizado porque não o vemos ou é invisível porque não o valorizamos?

Página 107: […] na grande maioria das decisões de contratação que ocorrem no mundo,a meritocracia é um mito enganoso. É um mito que dá cobertura a um viés institucional branco e masculino. E, lamentavelmente, é um mito que se mostra muito resistente a todas as evidências que o mostram como a fantasia que ele sem dúvida é. 

Página 109: Não é por acaso que os mais propensos a acreditar no mito da democracia sejam americanos, jovens, brancos e de classe alta. 

Página 114: […] tantas mulheres geniais foram excluídas da história que elas simplesmente não nos vêm à cabeça com tanta facilidade.

Página 117: A pesquisa produzida na universidade tem influência direta sobre a vida de todos nós. É fundamental que as mulheres não sejam esquecidas.

Página 119: O ENIAC, o primeiro computador digital do mundo totalmente funcional, foi lançado em 1946 e programado por seis mulheres.

Página 123: Não se sabe bem por que o setor de tecnologia tem tanto medo de discriminar por sexo os dados de emprego, mas sua paixão pelo mito da meritocracia deve ter algo a ver com isso: se para ter “os melhores” só é preciso acreditar na meritocracia, de que servem os dados?

Página 124: […] o texto de um anúncio pode afetar a disposição das mulheres quanto a se candidatar a uma vaga.

Página 147: De modo geral, o aumento no número de mulheres que trabalham, ao longo da última década, se deu por meio de trabalho em tempo parcial ou precário.

Página 153: Mas a lacuna global de dados, no que se refere ao assédio sexual e à violência que as mulheres enfrentam no trabalho não se deve apenas à falta de pesquisa sobre o assunto. Deve-se também ao fato de que a grande maioria das mulheres não denuncia. 

Página 156: As mulheres sempre trabalharam. Trabalharam sem remuneração, mal remuneradas, desvalorizadas e invisíveis, mas sempre trabalharam.

Página 156: […] o trabalho das mulheres, remunerado ou não, é a coluna vertebral de nossa sociedade e de nossa economia. Já passou da hora de começarmos a valorizá-lo.

Página 179: […] as máquinas não fazem outra coisa além de refletir nossas tendências.

Página 227: Durante milênios, a medicina funcionou na suposição de que os corpos masculinos representam a humanidade como um todo. Em vista disso, temos uma imensa lacuna de dados históricos no que diz respeito aos corpos femininos, e essa lacuna continua aumentando, já que os pesquisadores teimam em seguir esquecendo a necessidade ética premente de incluir células femininas, animais e humanas, em suas pesquisas. É um escândalo que isso continue acontecendo em pleno século XXI. Deveria ser tema de manchetes de jornais no mundo inteiro. As mulheres estão morrendo, e o mundo médico é cúmplice. É preciso acordar.

Página 251: Excluir as mulheres distorce os números.

Página 276: Há uma razão muito simples pela qual uma mulher poderosa é vista como uma violação de regra: a lacuna de dados de gênero.

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Fundadora do Economia SC, 3 vezes TOP 10 Imprensa do Startup Awards e TOP 50 dos + Admirados da Imprensa em Economia, Negócios e Finanças.

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