Por Luiz Bonini, Chief Growth Officer da Turbi.
O compartilhamento de bens está em alta. A prática ganhou força com o surgimento de plataformas que permitem o acesso por assinatura a serviços e produtos duráveis em sites e aplicativos, e têm alterado a relação do consumidor com diversos produtos.
Segundo um levantamento da PwC, até 2025 a economia compartilhada deve bater US$335 bilhões em todo o mundo. No Brasil, uma pesquisa nacional promovida pela Confederação de Dirigentes Lojistas (CNDL/SPC) aponta que 74% das pessoas já utilizaram algum produto ou serviço por meio do consumo colaborativo.
A oportunidade vem gerando novos modelos de negócios. Nos últimos 3 anos há um registro impressionante de startups que chegam ao mercado trazendo opções de aluguel, que vão desde automóveis, celulares, móveis, eletrodomésticos, roupas e até brinquedos. O modelo também se apresenta como opção econômica ao consumidor: uma pesquisa feita pela Leapfone aponta que alguns modelos de celulares adquiridos por assinatura custam apenas 38% do valor praticado no mercado.
Um outro exemplo de economia para o consumidor está na assinatura de carros. A modalidade vem crescendo ano a ano e deve chegar a 402 mil veículos disponíveis até 2032, segundo uma projeção do BTG, o que representa um aumento de 14,3% ao ano. De acordo com um levantamento do BTG, assinar um carro pode custar, em média, 40% menos do que uma compra por financiamento e 14% a menos que uma compra à vista. A opção atrai clientes também pela possibilidade de ter um carro novo a cada assinatura.
Aliada a economia, a prática do aluguel também elimina a preocupação com desvalorização, comum na maioria dos bens comuns no mercado. Além disso, a prática também possibilita evitar custos de manutenção, impostos e seguros anuais, que são praticamente regra para automóveis.
A democratização do acesso a diversos tipos de bens também abre portas para a experiência do consumidor. De acordo com a Reuters, a tendência do aluguel de roupas deve movimentar US$1,85 bilhões até 2023, em uma taxa de crescimento anual superior a 10%. Essa demanda crescente aponta para um público que utiliza o aluguel para satisfazer uma necessidade casual, o que acontece também com o aluguel de carros: Segundo a Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis (ABLA), dados apontam que 32% dos aluguéis de veículos são de curta duração e voltados para viagens e lazer.
A praticidade criada pela diversificação do mercado de aluguéis e a evolução digital contribuem para a formação de um novo perfil de consumidor, que pode experimentar produtos de luxo em seus momentos de lazer. Em nossa plataforma, notamos um aumento da demanda de cerca de 30% aos finais de semana. Além disso, mais de 90% do aluguel de veículos como BMW e Mini Cooper são por períodos de apenas algumas horas, independente do dia da semana.
Em um levantamento interno descobrimos que a geração que mais pratica o aluguel e assinatura de carros são os millennials, chegando a 80% da nossa base de clientes. A descoberta e crescimento da economia compartilhada não somente garante o acesso a bens de luxo para experiências especiais, mas também reforça uma nova tendência do consumidor, sobretudo, para os mais jovens, que se destacam por procurar soluções mais acessíveis e práticas para suas necessidades.