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O que vai mudar na área financeira em 5 anos, segundo o CEO da Dattos

Foto: divulgação.
Foto: divulgação.

Plataforma de automação para análises de dados financeiros, como conciliação de dados e fechamento contábil, que ajuda grandes empresas a automatizar cálculos, relatórios e a comparar informações para garantir que estão corretas, a Dattos já teve seu modelo de negócio validado por programas como o boostLAB, do BTG Pactual, e recebeu investimento dos fundos Investtech e GR8 Ventures. Em fevereiro, os fundos Igah Ventures e ABSeed Ventures também aportaram na empresa, com um investimento série A no valor de R$ 20 milhões.

Conversamos com Guilherme Pessoa, CEO e co-fundador da Dattos, nascido na capital pernambucana e formado em Ciências da Computação pela UNESP, sobre sua trajetória.

Como iniciou a carreira empreendedora?

Guilherme: Empreender sempre foi um desejo, algo que eu me imaginava fazendo desde a época da faculdade. Em 2010, após trabalhar alguns anos no mercado financeiro, vi a oportunidade de abrir uma fábrica de software para atender a uma demanda específica no Banco Carrefour, onde havia prestado serviços previamente. Na época, convenci o Vagner Borges, meu sócio até hoje, para entrar comigo nessa jornada empreendedora.

Além da Dattos, você fundou outra startup, a Confere, vendida em 2018 para a Cloudwalk. O que aprendeu com a criação e venda dessa startup?

Guilherme: Primeiramente, a ter foco. Empreender operacionalmente em uma oportunidade por vez. Diferentemente da Dattos, que tem como público-alvo as grandes empresas, a Confere era um negócio voltado para negócios de pequeno porte. No Brasil, empresas desse tamanho ainda não veem a gestão financeira como algo essencial. A educação financeira é primordial para este mercado. Aprendi também que empreender é, essencialmente, encontrar pessoas mais capacitadas que você e motivá-las a crescer junto com você.

Qual é o maior desafio de empreender no segmento de finanças?

Guilherme: Os segmentos financeiro, contábil e fiscal ainda são desassistidos na América Latina, com baixo investimento por parte das lideranças corporativas. O grande desafio, para nós, é nos tornarmos uma referência para esse segmento, para sermos um parceiro estratégico em suas inovações. Queremos mostrar para as grandes empresas que seus profissionais precisam evoluir em tecnologias como data analytics, big data e machine learning para um futuro bem próximo.

Quais mudanças esperar para a área de finanças para os próximos 5 anos?

Guilherme: Para os próximos 5 anos esperamos que o analista financeiro se torne um analista de dados. Deixe de ser apenas um especialista técnico na área fiscal, por exemplo, e consiga lidar com volumes e uma diversidade enorme de dados – em crescimento abrupto – com o uso da tecnologia. Essa mudança vai gerar uma necessidade do mercado de buscar parceiros para a transição e estaremos preparados para tal.

Para finalizar, a pandemia mudou seu “jeito de ser CEO”? Como?

Guilherme: Eu sempre gostei muito de trabalhar presencialmente. No início da pandemia, foi duro para mim trabalhar remotamente. Com o tempo, entendemos que o trabalho remoto associado a adaptações na forma de gerir pessoas (metas claras e acompanhamento próximo) poderiam ser vantagens competitivas para a empresa. Além disso, acho que um sentimento maior de fragilidade como humanos nos ajudou também a repensar melhor a forma de encararmos os desafios, inclusive no trabalho.

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