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Varejo brasileiro cresce pelo 6º ano consecutivo

Foto: Getty Images

O ano de 2022 foi intenso para o varejo brasileiro. Saindo dos efeitos mais sérios da pandemia e recuperando parte das vendas represadas nos anos anteriores, o setor enfrentou um vento contrário trazido por turbulências políticas e econômicas. Com isso, o crescimento ficou aquém do registrado em anos anteriores, embora continue contribuindo muito para a expansão da economia.

De acordo com o estudo “O Papel do Varejo na Economia Brasileira”,realizado anualmente pela Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC), o chamado Varejo Restrito (varejo de bens de consumo, exceto automóveis e materiais de construção) fechou 2022 com uma expansão nominal de 7,7%, movimentando R$ 2,14 trilhões e representando 21,6% do PIB do país. O Varejo Ampliado (incluindo automóveis e materiais de construção) avançou 8,4% no ano passado, para R$ 2,61 trilhões, e corresponde a 26,4% do PIB.

Mais uma vez, o resultado do varejo foi superior ao do país: o PIB brasileiro teve em 2022 uma expansão de 2,9%, marcando uma desaceleração sobre os 4,6% do ano anterior. Este foi o sexto ano consecutivo de expansão do varejo, que desde 2016 vem superando o desempenho da economia como um todo.

Na avaliação de Eduardo Terra, presidente da SBVC, os números do varejo mostram que a transformação digital do setor vem capacitando as empresas a entender melhor os consumidores e aumentar sua força em um ano desafiador.

“As empresas que reforçaram seu relacionamento digital com os consumidores ampliaram suas possibilidades de interação e conhecimento dos clientes. Com isso, têm conseguido aproveitar melhor as oportunidades de mercado e se proteger das turbulências da economia”, analisa.

Um dos aspectos em que a importância do varejo é mais relevante é o volume de empregos gerados pelo setor. A taxa de desemprego medida pelo IBGE recuou para 7,9% em dezembro (o menor patamar desde 2016), impulsionada pelo fortalecimento do varejo, que continua a ser o maior empregador privado do país.

“Em 11 dos 12 meses de 2022, o varejo contratou mais do que demitiu, em um sinal claro de expansão dos negócios e da força empreendedora do setor”, afirma Terra. 

De acordo com o estudo, o varejo emprega 23,26% dos trabalhadores com carteira assinada, ou aproximadamente 9,93 milhões de pessoas. 

“O varejo é um setor muito resiliente e flexível, que responde rapidamente ao comportamento dos consumidores. Por isso, qualquer movimento de recuperação da economia brasileira aparece rapidamente no desempenho do setor e mostra sua capacidade de inovação”, comenta.

A 10ª edição do estudo “O Papel do Varejo na Economia Brasileira” faz uma radiografia completa do setor varejista no País, analisa em detalhes sua participação na economia nacional, a capacidade de geração de empregos, traz números por segmento de atuação, mostra como a macroeconomia influenciou seu desempenho e revela os impactos da Covid-19 sobre o setor no ano passado.

O estudo alinha e estrutura conceitos, definições, classificações, estatísticas e números a respeito do varejo na economia brasileira e mostra em detalhes um retrato do passado recente do setor, com uma análise da situação atual.

“É fundamental que o segmento que é o maior empregador privado e gera um grande impacto econômico seja cada vez mais estudado e analisado, para que toda sua cadeia de valor e os diversos órgãos dos poderes Executivo e Legislativo possam conhecê-lo e compreendê-lo mais profundamente”, afirma Eduardo Terra, Presidente da SBVC.

Para o estudo, as principais entidades que representam o varejo nacional contribuíram com a formulação dos conceitos, definições e classificações, trazendo para o estudo seus dados e estatísticas para que, organizados, possam dar um entendimento mais claro e detalhado do papel de cada uma na economia brasileira. Na visão de Eduardo Terra, esse alinhamento de conceitos e definições é fundamental.

“Dessa maneira, conseguimos unificar alguns conceitos e estabelecer números mais alinhados e comuns a todo setor. Isso traz uma visão mais ampla da força do varejo e de sua importância para a economia brasileira”, acrescenta.

O estudo levou em consideração os números e levantamentos das entidades representativas dos seguintes segmentos: Franchising, Shopping Centers, Hiper e Supermercados, Bares e Restaurantes, E-commerce, Material de Construção, Farmácias e Drogarias, Livrarias, Perfumarias e Pet Shops. O levantamento mostra o cenário atual que caracteriza um novo ciclo para o setor varejista, desafiando empresas a continuar seu processo de expansão, perseguindo simultaneamente mais eficiência e competitividade.

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