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Os principais erros da inovação aberta

Foto: Divulgação

Por Denis Ferrari, CEO da Azys

A inovação aberta tem se tornado cada vez mais popular entre as empresas, pois adota uma abordagem que permite a colaboração entre empresas e instituições para que compartilhem conhecimentos e recursos, possibilitando que as organizações sejam mais ágeis e efetivas na busca por soluções inovadoras. 

Por ser um dos processos mais complexos em termos de dificuldades de planejamento é comum surgirem alguns desafios que precisam ser abordados de forma estratégica. Por isso, é fundamental que as empresas se preparem adequadamente para lidar com obstáculos e problemas que possam surgir e, assim, evitar erros comuns e assegurar a continuidade da inovação nessa abordagem colaborativa. 

Neste artigo, listei os erros mais frequentes que devem ser evitados no processo de inovação aberta. Confira:

Etapa de planejamento

A ausência de um especialista ou departamento designado pode ser um desafio na busca pela inovação devido à complexidade envolvida. É recomendável que um indivíduo ou equipe com experiência em programas semelhantes seja responsável pela gestão do processo de inovação, a fim de evitar erros de planejamento irreparáveis.

Além disso, é preciso saber selecionar o desafio adequado é crucial em qualquer programa de inovação. É importante escolher um desafio estratégico para a empresa, com uma complexidade intermediária ou alta. Se o desafio selecionado estiver incorreto, pode prejudicar o envolvimento interno e externo no programa, bem como limitar a percepção de valor dos acionistas em relação aos seus resultados.

É essencial envolver os responsáveis pelos desafios ou proprietários das necessidades no processo de inovação, pois o objetivo é resolver problemas ou desafios que afetam o resultado da empresa ou de alguém dentro dela. Essas pessoas devem participar ativamente do processo em busca de soluções, já que como inovadores, precisamos estar sempre próximos do cliente. No processo de inovação aberta, o cliente é quem possui a necessidade dentro da empresa, e é fundamental envolvê-lo desde o início para garantir o sucesso do processo.

Na escrita dos artefatos necessários

Se o edital de um programa de inovação contém informações insuficientes ou é excessivamente complexo, pode afastar candidatos qualificados. Por outro lado, um edital muito simplificado pode não prever todas as situações e regras de participação. Por isso, é importante encontrar um equilíbrio adequado, levando em consideração o contexto específico de cada empresa.

Se as informações sobre os problemas e resultados esperados não forem suficientes, pode afetar significativamente a qualidade das soluções propostas pelos candidatos. Por isso, é importante fornecer uma boa especificação dos problemas e resultados para otimizar as candidaturas. 

No entanto, uma especificação excessiva pode limitar a criatividade e as soluções inovadoras dos potenciais fornecedores. Portanto, um bom processo de inovação não deve ser como um processo licitatório e deve estar aberto para receber diferentes propostas de soluções, sem limitar sua busca a soluções já especificadas.

No processo seletivo

A centralização das decisões pode não ser a melhor abordagem ao selecionar os vencedores de um desafio de inovação. Em vez disso, é importante incluir diversas opiniões para tomar uma decisão mais ponderada e transparente. Uma banca de seleção pode ser uma forma eficaz de trazer pluralidade de visões ao processo decisório. 

Além disso, é comum priorizar soluções maduras que atendam ao desafio proposto, mas também é importante considerar soluções inovadoras criadas especificamente para o desafio, como importantes diferenciais competitivos futuros. 

O processo de candidatura não pode ser extremamente burocrático, pois isso pode desestimular a participação e prejudicar a imagem da empresa. É fundamental encontrar um equilíbrio entre a qualidade do processo seletivo e a experiência positiva do candidato, que é o cliente externo do processo de inovação aberta.

Durante o processo de teste

Não considerar o tempo de teste pode impactar na relação de parceria entre a empresa e o candidato escolhido. Ao selecionar um candidato, é importante avaliar não apenas a qualidade da solução apresentada, mas também seu profissionalismo e nível de relacionamento.

É fundamental dedicar o tempo necessário para testar todos os aspectos dessa relação, mesmo que a solução apresentada seja excelente. Além disso, é importante lembrar que contratar uma startup não é o mesmo que contratar uma empresa com décadas de experiência, e que é necessário ter flexibilidade para se adaptar às particularidades desse tipo de empresa.

Uma boa prática é criar uma “sandbox” para testar as soluções apresentadas em um ambiente controlado. A falta de colaboração com o candidato pode prejudicar o sucesso da solução. É essencial que a empresa entenda que a inovação aberta é uma relação de parceria, não de fornecimento tradicional. Dar feedbacks, se engajar e trabalhar em conjunto com o candidato são ações esperadas de uma empresa que adota processos de inovação aberta.

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