O LinkedIn, maior rede social profissional do mundo, apresentou novos dados do relatório Global Gender Gap Report 2023, do Fórum Econômico Mundial (FEM), que revelam que o mercado de trabalho está passando por mudanças que devem afetar, principalmente, a ascensão profissional das mulheres.
Apesar do Brasil ter mostrado progresso significativo em relação a equidade de gênero, países da América Latina ainda estão atrás de economias da Europa e América do Norte.
De forma geral, as contratações haviam aumentado em torno de 1% ao ano em todo o mundo desde 2015, mas com a desaceleração econômica, mudanças no mercado de trabalho já podem ser vistas e muitas outras são esperadas para o futuro.
No primeiro trimestre deste ano, a porcentagem de profissionais femininas em cargos de liderança caiu para 32% globalmente, voltando ao mesmo nível de 2020, durante a pandemia.
Apesar da queda de contratações ser uma preocupação entre as principais economias de todo o mundo, o Brasil está em seu melhor momento quando falamos de equidade de gênero no ambiente de trabalho, ocupando a posição 57ª no ranking mundial, seu melhor nível desde 2006.
Isso pode ser visto na prática quando olhamos para o ministério e parlamento brasileiro, que contam com a maior participação feminina da história, um aumento de 36,7% e 18,2%, respectivamente.
“Quando realizamos um comparativo entre os resultados do Global Gender Gap Report realizados em 2022 e 2023, podemos observar que, sete dos 21 países participantes da América Latina e Caribe, incluindo o Brasil, melhoraram suas pontuações quando falamos de equidade de gênero no ambiente profissional. Mantendo o ritmo atual, a região deve levar 53 anos para atingir níveis adequados de equidade de gênero, o que é uma previsão alarmante para um problema tão atual”, afirma Ana Claudia Plihal, executiva de soluções de talentos do LinkedIn no Brasil.
CRESCE O INTERESSE PELA ÁREA DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA
Em um mundo cada vez mais globalizado e impulsionado pela tecnologia e inovação, o setor que engloba Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática é muito relevante em termos de oportunidades. Desde empregos altamente especializados até novas funções emergentes, a demanda para profissionais na área atinge diversos setores da indústria.
Com isso, a porcentagem de profissionais femininas que desenvolveram habilidades relacionadas à ciência e tecnologia cresceu em todo mundo entre 2015 e 2023. Isso pode ser visto pelas competências descritas em seus perfis do LinkedIn. Entre todos os usuários e usuárias que listaram qualidades técnicas importantes para o setor este ano, 26% são mulheres, contra 21% em 2015.
Apesar da crescente, homens ainda são a maioria. Cerca de 29% deles destacam suas qualidades relacionadas ao setor e tem 2,5 vezes mais chances de listar habilidades em seus perfis quando comparados a elas. Outro dado da plataforma mostra que, este ano, 32% dos homens do LinkedIn trabalham nos setores contra apenas 14% de mulheres.
“A diferença mostra a persistência de estereótipos de gênero como limitantes para a entrada feminina em carreiras ligadas a determinadas indústrias. Mesmo com a crescente de mulheres graduadas com diplomas em áreas focadas em Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática, vemos que representação feminina sofre uma queda de 21% entre a graduação e a entrada no mercado de trabalho das áreas”, complementa.
Globalmente, as mulheres continuam sendo minoria em funções em tecnologia e inovação, representando apenas 29% da força de trabalho, com 8 em cada 10 cargos de liderança ocupados por homens.
No Brasil, a participação feminina em cargos de vice-presidente ou diretoria executiva nessa área cai para menos de 1 em cada 10. No entanto, as funções desses setores são algumas das que mais crescem, tornando-as mais resistentes às pressões econômicas.
O Global Gender Gap Report mostra que uma mudança sistêmica é necessária para tornar os locais de trabalho mais justos, igualitários e abertos a receberem mulheres, tanto em cargos de entrada quanto de liderança.
Os passos práticos e imediatos que as organizações podem tomar para ajudar a diminuir a diferença de gênero incluem:
- Contratação que prioriza as habilidades em vez de confiar em credenciais tradicionais, como cargos anteriores ou educação, e amplia a diversidade de talentos, abrindo oportunidades para mulheres e outros trabalhadores que podem ter sido negligenciados.
- A pesquisa do LinkedIn mostra que as mulheres eram quase duas vezes mais propensas (1,8x) que os homens a se candidatarem a uma vaga de emprego quando eram mostradas como suas habilidades se sobrepunham aos requisitos do trabalho.
- A remoção do viés das descrições de cargos e a inclusão de mulheres nos painéis de entrevistas pode ajudar a tornar a contratação mais inclusiva.
- Programas de mentoria e treinamento são essenciais para mulheres em cargos de gestão e para as que buscam ingressar em áreas dominadas por homens.
O LinkedIn também está apoiando o desenvolvimento de carreira de mulheres com cursos gratuitos em português do LinkedIn Learning, incluindo: Combater o preconceito de gênero no trabalho, Mulheres transformando a tecnologia: tornando-se estratégico com sua carreira, Introdução à Inteligência Artificial, Do impotente ao poderoso: assumindo o controle.