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Foto: divulgação.

O ecossistema de startups português

Bruno Gutman

Bruno Gutman

Advogado luso-brasileiro e diretor da Fundação Centro de Estudos de Comércio Exterior (Funcex) em Portugal.

De acordo com as informações mais recentes, são 12 mil as startups criadas em Portugal, quase todas com uma base tecnológica, com um volume de negócios que atingiu, neste ano, quase 2 bilhões de euros e exportações no patamar de mais de 500 milhões de euros. Não se pode esquecer que estamos falando de um país que tem o tamanho do Estado de Pernambuco, uma população de pouco mais de 10 milhões de habitantes e com déficit demográfico. Mesmo assim, é um país que vem se destacando no cenário internacional dos ecossistemas de startups. Tanto é que, o WebSummit, o maior evento da Europa em tecnologias, desde 2015, tem a sua sede em Lisboa.

O Governo tem apostado muito no setor, seja pela atração de população mais jovem, pelo dinamismo empreendedor e, principalmente, pelo valor agregado de tecnologia e conhecimento que essas empresas conseguem gerar. A proximidade do tecido empresarial das Universidades e centros de pesquisas e tecnologia é um fator de extrema importância, que também ajuda no surgimento de novas ideias e empresas.

O país estabeleceu uma rede de incubadoras e aceleradoras, com programas de apoio financeiro e alguns incentivos fiscais. Além disso, criou há 11 anos a Portugal Ventures, que tem a incumbência de realizar investimentos públicos em capital de risco do tipo Venture Capital, que opera sob as mesmas condições e termos que se aplicam a qualquer empresa privada.

A Portugal Ventures tem programas regulares de apoio às startups, bem como faz parcerias e incentivas fundos privados de capital de risco a investirem em conjunto nas diversas empresas que fazem parte do ecossistema do país.

A verdade é que o país tem demonstrado enorme vontade em destacar-se no cenário internacional de startups. Já são sete unicórnios, dentre os quais Farfetch, Talkdesk, OutSystems, Feedzai, com valor de mercado superior a 34 bilhões de euros, equivalente a 1/3 do PIB do país.

Em suma, o país tem superado desafios demográficos e apostado fortemente no setor, atraindo uma população mais jovem e empreendedora. Com esse dinamismo e a valorização da tecnologia e conhecimento, Portugal se mostra como um destino promissor e inovador para os empreendedores e investidores do mundo todo.

A Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior, uma fundação brasileira que tem dinamizado muito as relações entre o Brasil, a Europa e a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, em parceria com a UMinhoExec – Escola de Executivos da Universidade do Minho, em Braga, norte de Portugal, criou o curso “Gestão Internacional de Startups”. Um programa em que o empreendedor, além de estudar algumas matérias específicas, ficará alguns dias imerso na realidade portuguesa para entender como funciona, concretamente, o ambiente de negócios no país. A próxima edição do curso será realizada entre os dias 5 a 10 de novembro.

Esse curso possibilita que o empreendedor tenha experiências concretas no ecossistema de inovação e com startups portuguesas de sucesso, além de visitar uma das principais incubadoras de Portugal e ter contato pessoal com representantes de fundos de investimentos de capital de risco.

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