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O ecossistema de startups português

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Foto: divulgação.

De acordo com as informações mais recentes, são 12 mil as startups criadas em Portugal, quase todas com uma base tecnológica, com um volume de negócios que atingiu, neste ano, quase 2 bilhões de euros e exportações no patamar de mais de 500 milhões de euros. Não se pode esquecer que estamos falando de um país que tem o tamanho do Estado de Pernambuco, uma população de pouco mais de 10 milhões de habitantes e com déficit demográfico. Mesmo assim, é um país que vem se destacando no cenário internacional dos ecossistemas de startups. Tanto é que, o WebSummit, o maior evento da Europa em tecnologias, desde 2015, tem a sua sede em Lisboa.

O Governo tem apostado muito no setor, seja pela atração de população mais jovem, pelo dinamismo empreendedor e, principalmente, pelo valor agregado de tecnologia e conhecimento que essas empresas conseguem gerar. A proximidade do tecido empresarial das Universidades e centros de pesquisas e tecnologia é um fator de extrema importância, que também ajuda no surgimento de novas ideias e empresas.

O país estabeleceu uma rede de incubadoras e aceleradoras, com programas de apoio financeiro e alguns incentivos fiscais. Além disso, criou há 11 anos a Portugal Ventures, que tem a incumbência de realizar investimentos públicos em capital de risco do tipo Venture Capital, que opera sob as mesmas condições e termos que se aplicam a qualquer empresa privada.

A Portugal Ventures tem programas regulares de apoio às startups, bem como faz parcerias e incentivas fundos privados de capital de risco a investirem em conjunto nas diversas empresas que fazem parte do ecossistema do país.

A verdade é que o país tem demonstrado enorme vontade em destacar-se no cenário internacional de startups. Já são sete unicórnios, dentre os quais Farfetch, Talkdesk, OutSystems, Feedzai, com valor de mercado superior a 34 bilhões de euros, equivalente a 1/3 do PIB do país.

Em suma, o país tem superado desafios demográficos e apostado fortemente no setor, atraindo uma população mais jovem e empreendedora. Com esse dinamismo e a valorização da tecnologia e conhecimento, Portugal se mostra como um destino promissor e inovador para os empreendedores e investidores do mundo todo.

A Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior, uma fundação brasileira que tem dinamizado muito as relações entre o Brasil, a Europa e a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, em parceria com a UMinhoExec – Escola de Executivos da Universidade do Minho, em Braga, norte de Portugal, criou o curso “Gestão Internacional de Startups”. Um programa em que o empreendedor, além de estudar algumas matérias específicas, ficará alguns dias imerso na realidade portuguesa para entender como funciona, concretamente, o ambiente de negócios no país. A próxima edição do curso será realizada entre os dias 5 a 10 de novembro.

Esse curso possibilita que o empreendedor tenha experiências concretas no ecossistema de inovação e com startups portuguesas de sucesso, além de visitar uma das principais incubadoras de Portugal e ter contato pessoal com representantes de fundos de investimentos de capital de risco.

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Advogado luso-brasileiro e diretor da Fundação Centro de Estudos de Comércio Exterior (Funcex) em Portugal.

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