Por Eduarda Tolentino, presidente do conselho da BRZ Empreendimentos.
O lançamento do Chat GPT, no final de 2022, trouxe à tona de vez a discussão sobre o uso da Inteligência Artificial (IA). Por isso, é interessante entender como essa tecnologia influencia a construção civil e como é possível se preparar para tornar os canteiros de obras mais tecnológicos.
Afinal, a inteligência artificial pode auxiliar a construção civil a aumentar seus lucros em aproximadamente 71% até 2035, de acordo com estudo da Accenture. De olho nas oportunidades, esse é o momento certo para se atentar à tecnologia e fazer dela um diferencial nas mais diferentes etapas dos empreendimentos.
Como a inteligência artificial já está presente nas obras
Não é exagero falar que a inteligência artificial já está presente nas obras. Muitas vezes, ela apenas não é percebida como uma IA, visto que as tecnologias são utilizadas em grande escala na otimização de processos e na análise de dados.
Ou seja, as equipes fazem o uso da IA para identificar padrões e ter insights sobre possíveis melhoras no processo construtivo, reduzir os desperdícios e aumentar a eficácia dentro dos canteiros e na hora das entregas. Dessa forma, a tomada de decisão dos gerentes e chefes dos times são influenciadas pelas informações que as máquinas proporcionam.
As construtoras e a inteligência artificial
As gerências das construtoras precisam estar atentas às maneiras que a inteligência artificial pode ser implementada em cada setor. Isso porque tornar os processos mais tecnológicos, por menor que seja a mudança e representar uma série de benefícios para a empresa.
Assim, o uso da inteligência artificial dentro da construção dos empreendimentos deve evitar risco aos colaboradores e diminuir os acidentes nos canteiros. Nesse contexto, a adoção de câmeras que monitoram as obras e reconhecem os pontos de perigo aparece como braço direito para a segurança das pessoas.
Ainda, com as IAs, as organizações têm em mãos a oportunidade de oferecer um atendimento mais completo para seus clientes. Em meio a tantas chamadas, não são poucas as companhias que passam por dificuldades para oferecer as informações corretas e de forma ágil para os compradores e interessados nas construções. Pensando nessa dor, os chats automatizados são uma boa alternativa para desafogar demandas das equipes e direcionar o atendimento humano para os casos mais complexos.
Na BRZ Empreendimentos, por exemplo, já contamos com um Comitê de Tecnologia que trabalha para implementar nossa atendente virtual, Beatriz, integrando o Chat GPT com o Whatsapp.
Profissionais da construção X Inteligência Artificial
Todo o debate acerca da inteligência artificial levanta a questão de como será o trabalho das pessoas. E essa é uma discussão válida, visto que 85 milhões de empregos devem ser substituídos por máquinas com IA até 2025, conforme o Relatório do Futuro dos Empregos do Fórum Econômico Mundial.
No entanto, o mesmo estudo traz que 97 milhões de novos empregos devem ser serão criados no período. Por isso e por estar todos os dias atuando na construção civil, dou ênfase para os profissionais não terem medo da tecnologia.
Pelo contrário, essa é uma oportunidade para aprimorar as habilidades no mercado imobiliário. É a chance de automatizar as tarefas mecânicas e desenvolver ainda mais as capacidades humanas, como a criatividade, o pensamento crítico e o olhar humanizado sobre o mundo, habilidades que não vêm de máquinas, mas sim de gente.
Os maiores investimentos vêm por aí
Se compararmos com outros setores, os investimentos em inteligência artificial na construção civil ainda são tímidos. Segundo estudo da consultoria IDC, 58% das empresas da área dizem estar no estágio inicial da sua jornada de inovação. Porém, 72% delas consideram a transformação digital como prioridade nos seus objetivos empresariais.
O pensamento deve ser na direção de fazer a inteligência artificial uma ferramenta de potencialização do trabalho das equipes e, consequentemente, dos resultados. A história nos mostra que, a cada grande inovação, temos duas opções: nos adaptarmos ou morrermos.