Por João Victorino, administrador de empresas e especialista em finanças pessoais.
Fazer um investimento pode ser uma tarefa complicada quando não se tem conhecimento prévio no assunto. É comum se sentir perdido, sem saber como agir ou que decisão tomar. Por essa razão, existem algumas informações básicas que você precisa saber quando se tem vontade de começar a investir.
Em primeiro lugar, defina os objetivos que pretende alcançar com os investimentos. Para isso, as perguntas “por quê”, “quando” e “como” podem ajudar nessa tarefa, da seguinte forma:
- Por quê você quer ou precisa investir?
Exemplo de resposta: Dar entrada em um imóvel, viajar, montar um plano de aposentadoria.
- Quando você pretende conquistar esse objetivo?
Exemplo de resposta: Daqui 2 anos, daqui 5 anos, daqui 10 anos.
- De que forma vai fazer este plano dar certo?
Exemplo de resposta: Investindo em produtos de baixo risco e maior liquidez, investindo em produtos de maior risco, mas com maior oscilação, fazendo uma mescla das classes de ativos.
Tendo as respostas para essas perguntas, é possível tirar seus planos do papel e colocá-los em prática, por meio de ações que considero essenciais. O primeiro passo é conseguir fazer o dinheiro sobrar todos os meses, além de ter construído uma reserva de segurança para imprevistos e emergências.
Apesar de ser notoriamente conhecida por ter uma rentabilidade mais baixa, a poupança é um ótimo ponto de partida para pessoas (que nunca investiram antes) começarem a investir, pois ajuda bastante na consolidação da “cultura” de investimentos, criando assim o costume de fazer isso com frequência.
Outras opções de investimento de baixo risco para quem está começando são o Tesouro Selic (garantido pelo Tesouro Nacional) e os CDBs de bancões e de bancos de médio porte, até o limite do valor coberto pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC).
Os títulos do Tesouro Direto possuem liquidez diária, ou seja, existe a possibilidade de resgate da aplicação no prazo de 1 dia útil, o que pode ser considerado vantajoso para muitas pessoas. Já os CDBs são produtos em que a liquidez pode variar, existindo produtos também com liquidez diária ou até CDBs que imobilizam seu capital por 30 dias até alguns anos. Então, preste atenção quando for escolher.
Além disso, se você ainda sente que precisa de um suporte adicional para dar mais tranquilidade e segurança neste momento, existem profissionais capacitados que podem lhe ajudar a começar com o pé direito, evitando erros que iniciantes podem vir a cometer e lhe prevenindo contra perdas evitáveis nessa hora.
No entanto, faço um alerta de que é preciso tomar bastante cuidado ao procurar por auxílio. Existem profissionais que oferecem produtos duvidosos, de maior risco e com comissão, o chamado “rebate”. Por esse motivo, você deve sempre pedir por transparência na relação profissional.
Logo nos primeiros meses investindo, é importante estudar sobre outros produtos, como: fundos de renda fixa com taxas de administração muito baixas e CDBs de bancos grandes (ou médios) dentro do valor coberto pelo FGC. Desta forma, é possível expandir horizontes e ampliar o seu leque de possibilidades.
Com os objetivos e metas definidos, descobre-se qual é o perfil de risco do investidor. Com a adequação do perfil, os profissionais e instituições do mercado que podem auxiliar nessa jornada terão mais informações para ajudar a atingir seus objetivos de acordo com o seu grau particular de tolerância ao risco, nível de renda, momento de vida e objetivos estabelecidos.
Depois de ter feito corretamente todas as etapas anteriores, é fundamental manter uma periodicidade e uma recorrência nos investimentos, pois é assim que os juros compostos vão conseguir trabalhar da melhor maneira para você, fazendo o seu dinheiro começar a valer mais ao longo do tempo.
Por isso, ter um acompanhamento periódico para validar se a estratégia de investimentos está dando certo é de extrema importância para que o seu processo de investir seja bem sucedido. Algumas vezes, se faz necessário um rebalanceamento ou até mesmo uma mudança de rota.
Também vale ler sobre finanças comportamentais, para que você não cometa erros de julgamento e de tomada de decisão causados pela nossa natureza de evitar a dor a qualquer custo, ou tomar riscos acima do adequado. É preciso pensar antes de agir, para que seu investimento tenha sucesso e assim consiga atingir os objetivos que você estabeleceu.
Trata-se de texto com o objetivo educativo, sem a intenção de fornecer recomendações de investimento.