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Síndrome do impostor em especialistas e o avanço dos generalistas

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Mario Soma Polvora
Foto: divulgação

Por Mário Soma, CEO da Pólvora, agência de comunicação e marketing.

Em um mundo onde a inovação tecnológica está acelerando a uma taxa de 15% ao ano, conforme publicado na revista Nature em 2022, a sensação de estar sempre atrás tornou-se uma realidade perturbadora.

Tenho conversado com muitas pessoas experientes que se sentem sobrecarregadas, lutando para acompanhar as atualizações e inovações em suas áreas, permeando um sentimento de síndrome do impostor quando se proclamam especialistas.

Estudo publicado na revista Science em 2023 destaca o papel das novas tecnologias de computação, como inteligência artificial e aprendizado de máquina, na aceleração desse ritmo.

Essas tecnologias estão permitindo que cientistas e engenheiros desenvolvam inovações a uma taxa sem precedentes, reforçando a necessidade de uma abordagem generalista.

Perfil generalista deve prevalecer

Muitos profissionais já devem ter se sentido inadequados ou desatualizados em algum momento na carreira, apesar de suas realizações.

Esse sentimento, conhecido como síndrome do impostor, também afeta especialistas, aqueles que buscam conhecimento em diversas áreas, que às vezes ficam entrincheirados em suas próprias cavernas de especialização.

Nos estudos de diversos pensadores, encontramos ideias que convergem para a importância do pensamento generalista em nosso mundo acelerado e complexo.

Em “Outliers”, Malcolm Gladwell explora o sucesso além do talento, destacando a importância das oportunidades e do trabalho árduo. Ele aponta que os generalistas, com sua visão ampla, estão mais aptos a adaptar-se e triunfar.

Charles Handy, em “The Age of Paradox”, enfatiza a complexidade crescente do nosso mundo e propõe que os generalistas são mais propensos a serem criativos, inovadores e a resolver problemas multifacetados.

Peter Drucker complementa essa visão em “The Effective Executive”, identificando os executivos eficazes como generalistas, capazes de compreender os negócios em sua totalidade, transcendendo sua própria área de especialização.

Mas como alguém com perfil especialista deve se comportar para não ficar para trás? Encontrei algumas respostas inspiradoras no livro “Por que os generalistas vencem em um mundo de especialistas” por David Epstein. Compartilho alguns insights:

  • Superar a síndrome: “O sucesso é a capacidade de ir de fracasso em fracasso sem perder o entusiasmo.”
  • Definir metas realistas: Saber onde você quer chegar e celebrar cada passo.
  • Cuidar de si mesmo: “O autocuidado é uma disciplina, não um luxo.”
  • Conectar-se com outros: Compartilhe, aprenda, cresça.

Aprendizado ao longo da vida: a ponte para o sucesso

No livro “Por que os generalistas vencem em um mundo de especialistas”, David Epstein destaca a importância do lifelong learning, argumentando que a adaptabilidade e a disposição para aprender novas habilidades podem levar ao sucesso em vários campos. Bill Gates afirmou:

“Eu nunca paro de aprender. O aprendizado é a chave para o sucesso em qualquer campo.” E Warren Buffett ecoa: “Quanto mais você aprender, mais você ganhará.”

Segundo Epstein, os generalistas estão conquistando mais espaço à medida que o tempo avança:

“O mundo pertence aos curiosos, aos que buscam aprender mais e se adaptar.”

A síndrome do impostor não é uma falha, mas um sinal dos tempos. A adoção do aprendizado ao longo da vida é a solução mais racional. É a mentalidade do generalista, disposta a aprender e crescer continuamente, que permitirá que os especialistas floresçam em um mundo em constante mudança.

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