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Startups versus empresas consolidadas: o que é preciso saber para investir?

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Rafael Kenji Fonseca Hamada
Foto: divulgação

Por Rafael Kenji Hamada, CEO da FHE Ventures.

Existe uma diferença muito grande entre startups em fases iniciais, que também chamamos de early-stage, e companhias consolidadas, principalmente no que diz respeito ao risco do investimento.

Com o desenvolvimento do mercado nos últimos anos, o movimento ficou mais conhecido e mais pessoas e empresas se arriscaram nesse tipo de aporte financeiro.

No Brasil, de acordo com o último relatório do Distrito, existem 1.874 startups ativas e possivelmente o dobro desse número ainda fora do mapeamento, já que a pesquisa é feita ativamente, por fora das Juntas Comerciais que registram as empresas desde sua formalização.

Durante os dois primeiros anos de criação, a companhia passa por um momento chamado “vale da morte”, que é quando enfrenta os maiores desafios.

Nesse período, as empresas sentem dificuldade em relação à validação do produto, escala de vendas e estruturação da equipe. A grande maioria não permanece com a totalidade dos founders no cap table da organização.

Há muitos fatores em jogo. Briga entre sócios, perda de foco, falta de interesse dos investidores e do mercado e falta de capital são as principais causas de fechamento de empresas nascentes.

Os investidores que aportam capital em negócios em fases iniciais ou são muito experientes no setor, sabendo analisar com mais cuidado e detalhes o business dessas companhias, ou são inexperientes.

Aqueles que não possuem know-how muito frequentemente recorrem a fundos de investimento e venture builders, que fornecem mais segurança ao longo do processo por acompanharem mais de perto o crescimento e as métricas das empresas.

Por outro lado, os negócios consolidados, que passaram por rodadas de investimento com pessoas mais aderentes ao risco, já estão gastando o dinheiro para desenvolver melhor seu produto ou aumentar a equipe.

Os principais problemas enfrentados se voltam justamente ao gasto inadequado de recursos, à dificuldade na manutenção do crescimento da empresa e à retenção da equipe. Organizações grandes são constantemente assediadas pelo mercado e sofrem com a rotatividade de colaboradores.

Além disso, devido ao número de funcionários na empresa, fica mais difícil gerenciar os recursos humanos.

Dessa forma, a grande diferença entre investir em startups early-stage e aquelas já consolidadas se baseia no risco, porém a chance de o investidor ter um múltiplo maior do seu aporte é investindo em empresas em fases iniciais.

Apostar em startups maiores, que já realizaram outras rodadas de investimento é mais seguro, mas o crescimento é desacelerado, porque já têm uma escala muito grande, além do valor ser maior logo de entrada e a fatia negociada, menor.

Portanto, os desafios e as oportunidades associadas ao investimento em startups em fases iniciais e consolidadas abrangem um cenário complexo.

Tudo vai depender da aversão ao risco e da estratégia do investidor, além do conhecimento e das experiências passadas com os diferentes estágios de crescimento das empresas, já que o grau de maturidade da companhia pode afetar o potencial retorno.

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