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Quais são as tendências para o mundo da inovação neste ano? 

Foto: Divulgação

Não é novidade que as deep techs são uma tendência no setor de inovação e neste ano, essas tecnologias estarão ainda mais em evidência. É o que aponta o relatório “Deep Tech – The New Wave”, realizado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), que estima que na próxima década os investimentos nessas startups de base tecnológica profunda cresçam 20 vezes na América Latina, totalizando US$ 3,44 bilhões em 10 anos.

De acordo com Ana Calçado, presidente e CEO da Wylinka, organização sem fins lucrativos que tem como objetivo transformar o conhecimento científico em inovações que facilitem o dia a dia das pessoas promovendo o desenvolvimento econômico, sustentável e social do Brasil, agora é a hora e a vez dos cientistas entrarem no campo da inovação e das startups. 

“Estamos vendo mais e mais eventos de inovação com essa temática e uma abordagem mais sistemática envolvendo as deep techs. Elas vêm com uma pegada social e ambiental muito fortes, então são startups que já nascem com um DNA ESG. A sua relevância para o mercado e para a sociedade é muito maior porque elas se propõem a resolver problemas de interesse público como energias limpas, queda do desmatamento, saúde, alimentação, entre outros”, explica Calçado.

Como tendências de deep techs no Brasil, Ana destaca os setores que mais despontam no país, são eles:

Agronegócio – considerado um dos principais pilares da economia brasileira, o crescimento do agronegócio no país se deve muito aos investimentos em tecnologia e inovação que são realizados todos os anos, também em busca de tornar o setor cada vez mais sustentável. Uma delas, muito importante, é a criação do APTA HUB, um movimento do governo de São Paulo que tem como objetivo fomentar o surgimento de negócios e soluções inovadoras nas ICTs voltadas para o agro paulista. 

Bioeconomia – o estudo inédito “Identificação das Oportunidades e o Potencial do Impacto da Bioeconomia para a Descarbonização do Brasil”, desenvolvido pela Associação Brasileira de Bioinovação (ABBI), evidencia como a bioeconomia complementa a transição energética para a inserção de tecnologias promissoras de biorrenováveis dentro das cadeias produtivas, além de soluções que impactam a produtividade da agricultura, aproveitamento da biomassa, entre outros pontos.

Nesse contexto, a ciência, tecnologia e inovação desempenham um papel fundamental nessa jornada ao promover desenvolvimento econômico por meio desses insumos, gerando riqueza, impulsionando as indústrias, mas principalmente, priorizando a preservação da floresta.

Energia Limpa – dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), apontam que mais de 90% da energia gerada e utilizada no país foi produzida por meio de fontes renováveis sendo hidráulica, eólica, biomassa e solar, registrando no primeiro trimestre de 2023 a maior produção de energia limpa nos último 12 anos. Pesquisas em hidrogênio verde, por exemplo, também vem ganhando holofotes, principalmente no Nordeste do Brasil, onde está localizado o hub mais avançado em hidrogênio verde do país. Para se ter uma ideia, essa inovação é apontada como a fonte de energia do futuro, capaz de zerar as emissões de carbono na atmosfera.

Ou seja, um segmento que vem em constante evolução, um terreno fértil para a atuação das deep techs e para o desenvolvimento de novas soluções tecnológicas capazes de ajudar a resolver problemas nesse segmento.

Saúde – de acordo com dados do Global Market Insights, o setor é uma das vertentes mais promissoras do mundo e a expectativa é que esse mercado alcance um tamanho de US$ 500 bilhões em 2025. Quando falamos sobre pesquisas e produção científica, o país é considerado uma das referências em todo mundo. O Relatório da Global Innovation Index (GII) de 2019, mostrou que 45,3% das publicações brasileiras são relacionadas à saúde, sendo esse montante, 2,4% de publicações mundiais.

Ana ainda reforça que as instituições brasileiras têm falado muito sobre a reindustrialização no Brasil.

“A discussão gira em torno de não sermos somente exportadores de commodities, mas também fortalecer a nossa indústria, nosso mercado, gerando emprego e renda. A taxa de juros tem sido um impeditivo para a inovação, então a resposta do mercado também vai ser importante para que esses planos se concretizem”, finaliza. 

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