Por Deives Rezende Filho, CEO e fundador da Condurú Consultoria.
No cenário global de discussões sobre mudanças climáticas, é essencial explorar as conexões entre questões ambientais, desigualdades sociais e os princípios de diversidade, equidade e inclusão (DE&I). Recentemente, tempestades causaram danos em várias partes do Brasil, evidenciando os impactos da crise climática. Contudo, são as populações vulneráveis que enfrentam os efeitos mais severos. O racismo ambiental destaca as disparidades nas consequências das mudanças climáticas, ressaltando a importância da inclusão dessas comunidades nas políticas públicas e decisões ambientais para combater eficientemente o problema.
O termo “racismo ambiental” descreve a discriminação enfrentada por populações periféricas e/ou compostas por minorias étnicas devido à degradação ambiental. Essa expressão destaca que aqueles historicamente negligenciados pelos líderes globais, são os mais impactados por problemas como inundações, deslizamentos, incêndios florestais e outras formas de devastação ambiental. Deslizamentos e enchentes afetam continuamente as mesmas regiões do país, mas ainda sim, não há esforços para que essa situação mude. Por se tratar, muitas vezes, de regiões marginalizadas, suas necessidades não são tidas como prioridades daqueles que podem -e devem- proporcionar solução e dignidade a essa população.
Para reagir ao racismo ambiental de forma eficaz, é crucial adotar abordagens que fomentem a diversidade, equidade e inclusão em todas as etapas das decisões socioambientais. A promoção da diversidade não se limita apenas à inclusão de diversas comunidades nas tomadas de decisão, mas também envolve garantir que as instituições responsáveis pela formulação de políticas públicas, sejam reflexo da sociedade diversificada a que elas servem. Isso implica a criação de ambientes inclusivos em órgãos sociais e ambientais, com representação variada em termos de raça, gênero e origem étnica. A presença diversificada fortalece a capacidade desses órgãos para compreender e enfrentar as complexas interseções entre desigualdades sociais e mudanças climáticas.
Combater o racismo ambiental requer um compromisso coletivo. A falta de diversidade nas decisões pode resultar em políticas que negligenciam comunidades específicas, agravando disparidades. Ao direcionar o olhar a essa população e envolver ativamente seus representantes, é possível garantir soluções sensíveis às suas necessidades e respeito aos seus direitos. Reconhecendo as interconexões entre mudanças climáticas, desigualdades sociais e DE&I, podemos avançar para um paradigma mais justo e sustentável. É hora de assegurar que ninguém seja deixado para trás, pois todos desempenham um papel vital na construção de um mundo ambientalmente equitativo e socialmente inclusivo.