Por Raphael Souza, gerente corporativo comercial da Jungheinrich Brasil.
De acordo com dados do estudo “Sondagem Especial Indústria 4.0”, realizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), as companhias brasileiras estão mais digitais do que há cinco anos.
Em 2021, 69% faziam uso de alguma das tecnologias digitais analisadas, em 2016, o número correspondia a 48%. É evidente o avanço de sistemas e processos no mercado que demonstram a evolução da indústria 4.0.
Nesse sentido, vale ressaltar que o conceito não diz respeito somente a automação, mas sim a integração de diferentes tecnologias e sistemas.
Quando trazemos a temática para o setor intralogístico, observamos que este não é um conceito novo, já que temos por exemplo os robôs AGVs e AMRs, soluções que oferecem alto nível de segurança e confiabilidade, além de possibilitar operações ininterruptas.
Neste sentido, percebemos que o tema já é bastante desenvolvido, ainda que países como Alemanha, França e Itália estejam mais evoluídos que o Brasil.
Além disso, é notável que existe uma mudança de mentalidade: muitas empresas já estão compreendendo que investir em tecnologia será um diferencial competitivo a médio e longo prazo.
A intralogística 4.0 trouxe ferramentas que maximizam a eficácia e a eficiência das operações e processos, isso porque os novos sistemas mitigam os erros e conseguem operar de forma contínua, falando especificamente dos processos autônomos.
Embora a questão do homem ser substituído pela máquina seja algo polêmico, acredito que essa seja uma leitura apenas superficial.
As atividades intelectuais não são e não serão realizadas por robôs e, neste sentido, as empresas precisarão cada vez mais de pessoas capazes de inovar para assumir as novas posições do futuro. Quando olhamos para o cenário macro, o atual desafio do setor é mudar a mentalidade, sair da zona de conforto e quebrar paradigmas.
Essas mudanças não valem apenas para empresas de grande porte; médias e pequenas empresas também podem e devem aderir à indústria 4.0. Pequenos investimentos em tecnologias mais simples já podem auxiliar nessa mudança. Telemetria em equipamentos de movimentação de carga é um bom exemplo: baixo custo de investimento e ótimo retorno.
Para aqueles que desejam começar essa transformação, o primeiro passo é a pesquisa. É importante realizar benchmarking com outras empresas.
Em segundo lugar, procurar por pessoas dentro da companhia que se identifiquem e possuam sinergia com o tema, são elas que podem se tornar parceiros estratégicos para auxiliar na quebra de paradigmas.
Para aderir à indústria 4.0, é essencial que essa transformação comece no momento de construção do plano de negócios: é necessário comprovar, por meio de dados e números, que os benefícios vão além dos financeiros.
Por isso, é importante listar as vantagens indiretas e diretas e, além disso, olhar para os benefícios que essas mudanças podem trazer aos colaboradores.