Por Iagor Gonçalves, fundador da Bequest.
Vivemos na era da tecnologia e com ela surgem contrastes e, ao mesmo tempo, um oceano azul de possibilidades. Para os jovens das gerações Y e Z, com idades entre 18 e 30 anos, a realidade do mercado de trabalho tem sido dura, com taxas de desemprego maiores que a média nacional para as outras faixas etárias, chegando a 18% entre 18 a 24 anos e 7,8% para quem tem mais de 25 anos e para quem está acima dos 40, os índices ficam na casa dos 5,6%, segundo último levantamento do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) realizado em 2023.
No mercado global, o cenário não é diferente. Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), os jovens desempregados somavam 75 milhões em 2021 no período da pandemia, tendo uma pequena melhora em 2022 com queda para 73 milhões, um número ainda expressivo que mostra os gargalos entre o universo do trabalho e a juventude.
Quando os jovens vão tentar uma oportunidade no mercado de trabalho, se deparam com diversas exigências, que na maioria das vezes, estão acima da formação que receberam no ensino básico ou até mesmo superior, com salários que mal cobrem o custo de vida nas cidades brasileiras.
Depois de tantos “nãos”, vem a frustração por não conseguir, assim como as cobranças da família e sociais para se ter uma vida resolvida assim que entra na idade adulta.
Por outro lado, há jovens que estão ativos no mercado de trabalho, seja em cargos de nível médio ou superior, mas que não sentem perspectivas para o futuro, por conta dos salários baixos e carga horária elevada, comprometendo o tempo para lazer.
Ou seja, não conseguem recarregar as baterias para aproveitar o melhor da vida, vivendo apenas para trabalhar e não trabalhando para viver. O empreendedorismo passa a ser visto como uma necessidade ao invés de propósito.
Muito além de uma alternativa ao desemprego, o empreendedorismo jovem é um estilo de vida, trazendo liberdade geográfica e qualidade de vida.
Além disso, a força vital impulsiona a economia do Brasil e a global. Esses jovens criativos podem ser grandes agentes de mudança, transformando as comunidades em que fazem parte.
Atualmente, há no ecossistema de startups e inovação, empresas lideradas por jovens que investem nesse público, como as edtechs, que por meio de estratégias de gamificação, ensinam a como empreender no digital e a explorar as suas potencialidades.
Ao entenderem as dores, essas startups contribuem para oxigenar o mercado, trazendo modelos de negócio disruptivos e ao mesmo tempo promovendo a inovação nos mais diversos setores, saindo do modelo tradicional.
A meu ver, acredito que o futuro do empreendedorismo jovem no Brasil e no mundo é promissor. Porém, é necessário ter uma colaboração entre o setor público, privado e a sociedade civil para fazer parcerias com as startups, incentivando jovens a empreender trazendo inovações, melhorando não apenas de vida mas contribuindo para o desenvolvimento local e como consequência a economia do país. Te garanto que todos saem ganhando.