Uma pesquisa da TechTarget Enterprise Strategy Group mostrou que os investimentos em Diversidade, Equidade e Inclusão (DEI) são bem-vistos por 9 a cada 10 empresas.
Para 47% dos negócios, o impacto de investimentos em DEI foi “muito positivo” e para 43% foi “moderadamente positivo”.
As repercussões deste tipo de iniciativa se incorporam na busca por igualdade das mulheres no ambiente corporativo, incluindo sua presença em cargos de liderança.
As preocupações com o DEI se incluem na perspectiva de ESG, as estratégias de meio ambiente, governança e social adotadas pelas corporações.
As vantagens percebidas ocorrem em várias frentes, de acordo com a pesquisa da TechTarget: imagem corporativa, engajamento de consumidores, recrutamento e retenção de talentos, agilidade e inovação e atingir as expectativas dos colaboradores, entre outras. Em muitos casos, as empresas desenvolvem comitês para elaborar estratégias de diversidade.
As iniciativas podem incluir mulheres e outros grupos minoritários.
Nathalia Lima Barreto, sócia do escritório Razuk Barreto Valiati, afirma que é importante que as empresas tenham Programas de Equidade de Gênero para corrigir as desigualdades salariais.
“Hoje as empresas já estão indo muito além do que apenas é exigido pela lei, como a equiparação salarial. As corporações estão mais atentas para a importância das mulheres em funções de liderança como forma de otimização e de melhora de resultados financeiros. As pesquisas comprovam que a diversidade em liderança incrementa o desempenho financeiro e os índices de sustentabilidade”.
O papel da maturidade
Uma das constatações da pesquisa da TechTarget é que, quanto maior a maturidade da empresa em diversidade, melhores serão os resultados obtidos com as iniciativas de ESG e de DEI. A pesquisa dividiu as corporações em 4 níveis de desenvolvimento na área: nascentes, emergentes, evoluindo e líderes.
Ao comparar o impacto que o ESG e o DEI tiveram na presença de mercado das organizações, notou-se que as corporações consideradas líderes tinham 68% mais chance de obterem resultados palpáveis do que as iniciantes na área.
“Esse tipo de insight trazido pelas pesquisas mostra a importância de as empresas se atentarem e iniciarem o mais rápido possível essas iniciativas sociais. As datas como o Dia da Mulher podem ser usadas para iniciar as mudanças muitas vezes esperadas pelos colaboradores e pelos consumidores”.
O princípio da especificidade
De acordo com Nathalia, as iniciativas de ESG e DEI não podem ser tratadas de forma idêntica, visto que cada corporação tem a sua realidade e repercussão causada.
Por isso, há necessidade de avaliar este aspecto sob diversas perspectivas: de governança corporativa, de diálogo e impacto social, de equidade e inclusão e, de preferência, com uma implementação e mensuração das repercussões dessas medidas, tanto sob a perspectiva interna quanto das comunidades afetadas.
No âmbito interno, o dever das empresas é desenvolver políticas específicas de governança corporativa.
“Elas devem incluir canais de comunicação para assédio moral e sexual, treinamentos e capacitações de equipe em relação à diversidade e à inclusão de gênero”, afirma Nathalia.
Outras questões relevantes são a concessão de licenças paternidade e maternidade estendidas, apoio à amamentação e benefícios para creches, entre outras medidas para compatibilizar a maternidade com exercício profissional.
No âmbito externo, a norma ABNT 2030 apresenta os conceitos e modelos para orientar os passos necessários à implementação de políticas de ESG e DEI nas empresas.
Nesse contexto, as corporações devem analisar o impacto social da empresa nas comunidades onde estão inseridas e as populações vulneráveis, incluindo as mulheres.
“Com isso, o foco deve ser em desenvolver políticas de capacitação, de treinamento e organização dessas comunidades e investimentos sociais com recursos financeiros e programas de voluntariado e ações específicas para lidar com as materialidades da empresa que afetam as mulheres”, finaliza.