O ambiente externo mostra-se mais adverso, em função da incerteza elevada e persistente referente ao início da flexibilização de política monetária no Estados Unidos e à velocidade com que se observará a queda da inflação de forma sustentada em diversos países foram fatores decisivos para o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central de reduzir a taxa básica de juros, a Selic, em apenas 0,25%, resultando em 10,50% a.a.
As expectativas de inflação para 2024 e 2025 apuradas pela pesquisa Focus encontram-se em torno de 3,7% e 3,6%, respectivamente. Já as projeções de inflação do Copom em seu cenário de referência, são de 3,8% em 2024 e 3,3% em 2025. As projeções para a inflação de preços administrados são de 4,8% em 2024 e 4% em 2025.
O Copom ressalta que, em seus cenários para a inflação, permanecem fatores de risco em ambas as direções. Entre os riscos de alta para o cenário inflacionário e as expectativas de inflação, destacam-se (i) uma maior persistência das pressões inflacionárias globais, e (ii) uma maior resiliência na inflação de serviços do que a projetada em função de um hiato do produto mais apertado. Entre os riscos de baixa, ressaltam-se (i) uma desaceleração da atividade econômica global mais acentuada do que a projetada, e (ii) os impactos do aperto monetário sincronizado sobre a desinflação global se mostrarem mais fortes do que o esperado. Alé disso, avalia que as conjunturas doméstica e internacional devem se manter mais incertas, exigindo maior cautela na condução da política monetária.
“Essa decisão é incompatível com o atual cenário de inflação controlado e torna impraticável continuar o projeto de neoindustrialização do país com altos níveis de taxa de juros. Reduzir o ritmo de corte da taxa básica tira a oportunidade de o Brasil alcançar mais prosperidade econômica, aumento de emprego e de renda“, afirma o presidente da CNI, Ricardo Alban.
A entidade espera que, nas próximas reuniões, após a divulgação de novos dados sobre inflação que confirmem a continuidade da convergência para a meta, seja retomado o ritmo dos cortes que vinham ocorrendo desde agosto do ano passado, de 0,5 ponto percentual.