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VP da ABcripto: mulheres estão emergindo em criptomoedas

Foto: Divulgação

Uma pesquisa realizada pela empresa Forex Suggest, no ano passado, mostra que 6,63% das mulheres no Brasil investem em criptomoedas. Isso deixa o país com a 8ª maior proporção do mundo. 

Esse levantamento acompanha o aumento de mulheres que buscam investir em algum produto financeiro. De acordo com um estudo conduzido pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), em colaboração com a Datafolha, 35% das brasileiras afirmam ter algum investimento.

A busca por segurança financeira é o principal motivador para as mulheres investirem seus recursos, representando 38% das respostas. 

Para entender mais dessa movimentação feminina, especialmente no universo das criptomoedas, o Economia SP Drops conversou com Renata Mancini, vice-presidente do Conselho da Associação Brasileira de Criptoeconomia (ABcripto). Confira:


Como você interpreta o dado revelado pela pesquisa da Forex Suggest, que coloca as mulheres brasileiras como a 8ª maior proporção de investidoras em criptomoedas no mundo?

Renata: É notável e encorajador observar as mulheres brasileiras emergindo como grandes investidoras e especialistas em criptomoedas, refletindo um aumento significativo na participação feminina em um setor tradicionalmente dominado por homens. Esta tendência não apenas demonstra uma crescente inclusão e diversidade no mercado de criptomoedas, mas também sugere um avanço em direção à igualdade de gênero no campo financeiro, promovendo assim uma sociedade mais equitativa e inclusiva.

Quais fatores você acredita que têm impulsionado o aumento do interesse das mulheres brasileiras em investir em criptomoedas?

Renata: É fundamental reconhecer o papel essencial que as mulheres desempenham no mercado de criptomoedas. Nos últimos anos, temos testemunhado um aumento significativo da presença feminina em diversos papéis do ecossistema, como desenvolvedoras de produtos, projetistas de blockchain, influenciadoras, advogadas, profissionais de compliance, entre outros. O aumento das iniciativas para promover a participação feminina é perceptível, incluindo eventos e grupos focados nesse propósito. A evolução dos últimos anos é notável, mas a disparidade de gênero ainda persiste, destacando a necessidade contínua de promover a diversidade no setor.

Quais são os principais desafios enfrentados pelas mulheres ao ingressar no mercado de criptomoedas e como a ABcripto está trabalhando para superá-los?

Renata: A participação das mulheres no mercado de criptomoedas enfrenta diversas barreiras, refletindo desafios mais amplos encontrados nos setores financeiro e tecnológico. A percepção de que o mercado de criptomoedas é dominado por homens pode desencorajar as mulheres de participarem ativamente, levando-as a visualizarem o mercado como mais arriscado. Essa percepção pode ser influenciada por diversos fatores, incluindo a falta de inserção e compreensão do funcionamento da volatilidade do mercado. Além disso, certos preconceitos enraizados em nosso cotidiano podem ser praticados de forma natural.

Qual é o papel da educação financeira na promoção do investimento em criptomoedas entre as mulheres brasileiras?

Renata: A educação financeira desempenha um papel fundamental na promoção do investimento em criptomoedas entre as mulheres, capacitando-as com o conhecimento necessário para tomar decisões informadas e assertivas sobre o mercado. Ao oferecer recursos educacionais acessíveis e abordar questões específicas que podem ser relevantes para as mulheres, como a disparidade de gênero nos investimentos, a educação financeira pode ajudar a reduzir as barreiras percebidas e aumentar a confiança das mulheres em aproveitar as oportunidades no mundo das criptomoedas. Além disso, ao fornecer uma compreensão sólida dos fundamentos financeiros e dos princípios de investimento, a educação financeira capacita as mulheres que participam do mercado, contribuindo assim para uma maior inclusão e diversidade neste espaço em constante evolução.

Como a ABcripto está promovendo a inclusão e a participação ativa das mulheres no ecossistema de criptoeconomia no Brasil?

Renata: A ABcripto está comprometida em criar um ambiente inclusivo e diversificado na criptoeconomia brasileira, incentivando ativamente a participação das mulheres e fornecendo os recursos e o suporte necessários para o sucesso delas no setor. Atualmente, a Associação promove a participação ativa das mulheres em cargos nos conselhos, comitês e grupos de trabalho, assegurando assim uma representação equitativa e diversificada nas decisões importantes do setor.

Quais conselhos você daria para as mulheres que estão considerando iniciar seus investimentos em criptomoedas?

Renata: Para as mulheres que estão considerando iniciar seus investimentos em criptomoedas ou trabalhar na área, meu conselho é: aproveitem esta oportunidade para se educarem sobre o mercado. É importante entender os princípios básicos das criptomoedas, as diferentes opções de investimento disponíveis, quem regula o setor e as associações pertinentes. Além disso, recomendo que busquem orientação de fontes confiáveis e diversifiquem seus investimentos para gerenciar os riscos. Não tenham medo de dar o primeiro passo e lembrem-se de que o conhecimento e a perseverança são fundamentais para o sucesso a longo prazo. Trabalho há mais de seis anos no setor e, como investidora, acredito que o sucesso no mercado requer paciência, aprendizado contínuo e conexão com mentores e profissionais experientes. É importante também adaptar-se às tendências e regulamentações, já que o mercado de criptomoedas é dinâmico e está sempre evoluindo. Portanto, é essencial acompanhar as mudanças.

Quais são suas perspectivas para o futuro do investimento em criptomoedas no Brasil, especialmente no que diz respeito à participação das mulheres?

Renata:  Estou otimista em relação ao futuro do investimento em criptomoedas no Brasil, especialmente no que diz respeito à participação das mulheres. À medida que a compreensão e a acessibilidade do setor continuam a crescer, acredito que testemunharemos um aumento significativo na participação feminina. Com o avanço da educação financeira e o crescente reconhecimento da importância da diversificação dos investimentos, as mulheres estão cada vez mais bem posicionadas para aproveitar as oportunidades oferecidas pelas criptomoedas. Espero que essa tendência de inclusão e diversidade continue a se fortalecer, contribuindo para um ecossistema financeiro mais equitativo e acessível para todos.

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