As cidades estão se verticalizando para acomodar a crescente população trabalhadora, aumentando a construção de condomínios. O Censo 2022 mostrou, por exemplo, que 12,5% dos brasileiros vivem em apartamentos, contra 8,5% em 2010 e 7,6% em 2000. Essa expansão cria oportunidades para negócios na gestão de condomínios, que exige mais profissionalização para a resolução de problemas.
O último levantamento da Associação Brasileira de Síndicos Profissionais (Abrassp), realizado em 2022, sinalizou que o país tem mais de 421 mil síndicos e apenas 21,8 mil deles têm formação especializada. Apontou, também, que a maioria dos síndicos profissionais (46%) tem entre 46 e 60 anos e os outros 19%, tem 61 anos ou mais. O que indica que este é um mercado com grande potencial de crescimento para as novas gerações.
O dia a dia de um condomínio é complexo, exige habilidades rotineiras, como cuidar da manutenção do prédio e do fluxo financeiro, e outros requisitos que vão além dos técnicos. Os condomínios possuem um rateio que supera o faturamento de muitas pequenas e médias empresas no Brasil. Trata-se de um volume financeiro significativo, que pode alcançar milhões de reais anualmente, o que significa, que uma pessoa sem capacitação pode ter muitos desafios e até prejudicar os resultados. Sem falar dos aspectos nos campos jurídico e de comunicação, que inclui como lidar com problemas de inadimplência e convivência entre os moradores.
É por isso que se especializar na área de gestão se mostra tão útil (e lucrativo) nesse cenário. Atualmente, existem diversos cursos no mercado voltados para a formação de síndicos profissionais, inclusive em plataformas digitais, o que facilita o acesso para quem tem uma rotina cheia de atividades. A uCondo, por exemplo, é uma startup já reconhecida por oferecer ferramentas completas de gestão condominial e, recentemente, lançou a CondoEduca, uma plataforma educativa que prevê, a longo prazo, cursos para todas as áreas do setor condominial, do gestor ao porteiro.
Um síndico profissional, após anos de experiência, pode abrir uma administradora de condomínios, acumulando a gestão de diversos deles em um só bairro ou cidade, um negócio que se assemelha às imobiliárias. Conheço pessoalmente vários casos de administradoras que nasceram da oportunidade, com um síndico profissional em um único condomínio e hoje tem dezenas sob sua responsabilidade.
Como em qualquer negócio, na gestão de condomínios há as boas e as más práticas, então gostaria de tocar nos pontos que considero essenciais para esse tipo de empreendimento: as ferramentas de comunicação e controle financeiro.
Para economizar, vários condomínios tentam utilizar o WhatsApp para fazer sua gestão de comunicação, colocando todos os envolvidos em um mesmo grupo. Apesar de ser uma opção atrativa, pela familiaridade e gratuidade do aplicativo, se mostra uma alternativa ineficiente de gestão. O grande volume de mensagens faz com que comunicados importantes se percam, mensagens urgentes passem despercebidas, sem falar na falta de organização de documentos.
Já existem tecnologias que reúnem em uma única plataforma diversas tarefas essenciais para a comunicação e o controle financeiro de um condomínio. Essas ferramentas criam planilhas financeiras e relatórios, armazenam todos os documentos relacionados ao condomínio, emitem notificações automáticas, permitem comunicação direcionada, organizam a agenda do condomínio, realizam pagamentos de boletos das taxas condominiais, controlam as entradas na portaria e muito mais.
A chave para uma gestão eficiente está na tecnologia, desde que desenvolvida especificamente para a administração de condomínios, com protocolos para todas as questões, sejam elas rotineiras ou não. Utilizar tecnologias especializadas para condomínios otimiza o trabalho do gestor/administrador, destacando-o no mercado por seu profissionalismo e capacidade de oferecer um serviço prático e de qualidade.
A profissionalização na gestão de condomínios vai além de ser um bom administrador e utilizar os recursos tecnológicos disponíveis; é também sobre encontrar a melhor forma de lidar com os conflitos humanos de cada comunidade. A tecnologia facilita a troca de informações, mas não deve ser confundida com um atendimento impessoal e automatizado. É sempre importante lembrar que o setor condominial envolve pessoas trabalhando para o bem-estar de outras pessoas.