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Mad skills: quando hobbies e interesses pessoais enriquecem profissionais

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Foto: divulgação.

Por Rogerio Baldauf,  diretor superintendente da Schmersal Brasil.

Quero começar este texto com uma pergunta: do que é feito um bom profissional? As respostas mais tradicionais vão se ater à formação, experiência e conhecimentos adquiridos por uma pessoa ao longo da carreira. É evidente que isso não está errado, mas devemos ampliar o olhar sobre a questão.

Os currículos trazem um resumo das informações mencionadas acima, mas a verdade é que existem outras habilidades capazes de enriquecer um profissional. E elas podem surgir de atividades menos óbvias, muitas vezes sem relação com o trabalho.

No universo corporativo, as habilidades que se originam dos interesses pessoais recebem o nome de “mad skills”. Numa tradução livre para o português, habilidades incríveis. Motivado por escolhas e paixões, o hobby quase sempre faz com que um profissional seja especial, diferente.

Uma pessoa apaixonada por esportes, por exemplo, agrega a disciplina exigida nos treinos ao dia a dia do trabalho. Alguém que tem a leitura como hobby apresenta a curiosidade, o conhecimento acumulado e as referências que adquire como qualidades que podem enriquecer uma jornada profissional.

As mad skills já estão sendo consideradas pelos recrutadores na hora das contratações. O mais recente Índice de Confiança realizado pela empresa global de recrutamento Robert Half, divulgado pela revista Forbes, mostrou que 66% dos profissionais de recursos humanos valorizam essas habilidades ao analisarem um candidato.

Fazer um artigo sobre esse tema me levou a pensar sobre os meus interesses pessoais e relacioná-los ao trabalho que desenvolvo na empresa onde atuo. Um deles é o estudo do budismo, uma filosofia que surgiu na Índia, há cerca de 2.500 anos. “Budi”, em sânscrito, significa “tornar-se consciente”.

Consigo identificar como alguns ensinamentos do budismo complementam a minha formação e os conhecimentos que adquiri ao longo da minha trajetória profissional. Dentre eles, está a consciência de que devemos dar a mesma importância a todos e que estamos interconectados. Aquilo que fazemos tem impacto no todo, por isso, uma ação ruim acaba por nos prejudicar também.

O budismo também fala sobre a importância da valorização do humano e isso está intimamente ligado aos novos conceitos de liderança. Um bom líder não é aquele que se preocupa apenas com ele mesmo ou com a posição que ocupa. O desenvolvimento e bem-estar das pessoas ao redor, assim como da comunidade como um todo, devem estar entre as preocupações desse profissional.

Acredito que um bom profissional é resultado de formação, experiências e conhecimentos que adquiriu, mas não apenas disso. Interesses pessoais e paixões contribuem para nossas habilidades irem além daquilo que está descrito no currículo. Os hobbies, tendo ou não relação direta com a área de atuação, nos enriquecem para o trabalho.

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