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O papel das empresas no combate à pobreza menstrual

Foto: divulgação.

Por Charles Schweitzer, CEO da I-Scaneo.

Nas últimas décadas, a Responsabilidade Social Corporativa tem crescido nas empresas dentro das estratégias de ESG (do inglês, Ambiental, Social e Governança) porque representam um compromisso com o bem-estar social e a sustentabilidade. Um país como o Brasil, de dimensões continentais e grandes desigualdades sociais, há uma preocupação das empresas em proporcionar o melhor para os colaboradores. Entre os maiores desafios está a pobreza menstrual, que afeta mais de 11 milhões de brasileiras, segundo dados da Unfpa e Unicef, além de milhares ao redor do mundo.

Recentemente tivemos a tragédia das enchentes no Rio Grande do Sul (RS), que afetou mais de 460 municípios, correspondendo a mais de 90% do estado, deixando centenas de desabrigados. Boa parte das mulheres do RS que saíram às pressas de suas casas alagadas ficaram sem acesso a produtos menstruais adequados, o que mostra a importância do olhar das empresas para o social. Diversas companhias e iniciativas passaram a oferecer ajuda em doações com kits de higiene íntima para que elas consigam seguir em frente com dignidade o recomeço de suas vidas.

Já no ambiente corporativo, a falta de acesso a absorventes pode elevar os índices de absenteísmo, além da diminuição da produtividade e exclusão de oportunidades na carreira. Felizmente, hoje as corporações podem contar com as HRTechs, startups com foco em Recursos Humanos, que trazem como solução não só benefícios sociais como os absorventes, mas também outros que vão além dos previstos em lei, como vale ração para animais de estimação, por exemplo.

Como primeiro passo, as empresas podem adotar algumas atitudes que vão fazer a diferença na vida das colaboradoras. Tudo depende de uma mudança de cultura e visão de crescimento a médio e longo prazos. É possível implementar políticas que atendam às necessidades das pessoas que menstruam durante o período menstrual, como horários flexíveis ou a possibilidade de ter a licença menstrual, a depender do setor de atuação.

Além disso, é fundamental garantir uma infraestrutura adequada nos banheiros, com lixeiras e produtos de higiene, para a dignidade e saúde das colaboradoras. Outra possibilidade é promover campanhas educacionais por meio de seminários, palestras, debates e materiais de apoio que tenham como objetivo desmistificar a menstruação e abordagens de questões de saúde íntima.

A meu ver, acredito que o Brasil esteja em um bom caminho na Responsabilidade Social Corporativa, principalmente quando falamos em combate às desigualdades sociais, como a pobreza menstrual. As empresas não só engajam os times, mas, também lideram pelo exemplo ao transformar milhares de vidas. E no final, todos ganham!

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