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Antes da artificial, é preciso cuidar da inteligência emocional

Foto: divulgação.

Por Viviam Posterli, CEO do Grupo Skill.

Não é novidade que, atualmente, o foco e atenção do mercado estão voltados para a Inteligência Artificial. Afinal, será essa a tecnologia que, finalmente, irá substituir os humanos? Pode ser que alguns até se decepcionem, ou até fiquem aliviados, mas a resposta é não. Embora seja um recurso altamente eficaz e estratégico, seu sucesso sempre dependerá do mesmo elo em comum: as pessoas.

Diante disso, é preciso chamar atenção para um importante conceito: a inteligência emocional que, como seu próprio nome diz, trata-se de um conhecimento interno e aprofundado de suas emoções e do próximo, com habilidade de reconhecê-las, compreendê-las e gerenciá-las.

Em tempos de IA, sua abordagem ganha ainda mais força. Isso é, desde a infância até a fase adulta, somos condicionados a sempre exercitarmos o nosso lado racional, que é considerado como o elemento central e o que irá garantir todo o sucesso na trajetória profissional. Enquanto isso, o âmbito emocional que, justamente, é o responsável por determinar as nossas diferenças e características, é negligenciado – antes visto para muitos, como um sinal de fraqueza, quando na verdade, é uma oportunidade.

Por sua vez, quando falamos sobre esta tecnologia que, ainda é marcada por dúvidas e anseios, cabe o seguinte questionamento: como preparar e capacitar os profissionais para administrar um recurso que ainda não se tem total conhecimento da sua extensão?

Sendo assim, mais do que aprender a lidar com a IA, as organizações têm uma outra missão pela frente: saber utilizar a resiliência e criar um ambiente de trabalho psicologicamente seguro. Ou seja, as empresas precisarão, cada vez mais, ter um olhar atento aos aspectos emocionais dos colaboradores, ofertando um espaço que ofereça abertura de ideias e os estimulem a avançarem ainda mais no seu progresso, visando o desenvolvimento da inteligência emocional.

Como dito anteriormente, a IA não irá substituir a presença dos colaboradores nas organizações. Pelo contrário, sua aplicação, quando eficaz, pode contribuir para um melhor desempenho, direcionando a equipe para ações estratégicas, como também auxiliando por meio de dados, identificando possíveis padrões e diagnósticos de problemas tanto operacionais quanto emocionais. Isso é, hoje, algumas ferramentas de IA já conseguem “expressar” empatia ao analisar a linguagem corporal, aplicando psicologia e utilizando a neurolinguística para determinar as condições emocionais de uma pessoa.

Segundo as previsões da IDC, é esperado que cresça, cada vez mais, a expectativa sobre a entrega de valor da IA, não apenas como um “cérebro analítico”, mas com a capacidade de interpretar cenários e fazer a gestão do conhecimento. No entanto, para que esta tecnologia atinja esse nível de eficiência, é necessário que esta seja abastecida e treinada corretamente – algo que só é possível através da essência humana.

Dentre tudo o que temos e sabemos até agora, essa tecnologia já comprovou a sua eficiência e sua rica contribuição no ambiente organizacional. Por sua vez, diante de uma era que a transformação digital ganha força e agilidade nos negócios, é importante que, mais do que serem modernas, as organizações precisarão ser resilientes e aprender a utilizar as diferenças de cada um de forma estratégica.

Nesse processo, direcionar a equipe, instruir habilidades e treinamentos não apenas na área de recursos humanos, mas em todas as frentes, é o que tornará a empresa habilitada frente à realidade atual. A IA têm mostrado, dia após a dia, o quão longe podemos chegar, mas a inteligência emocional também nos mostra que administrar as emoções deve ser uma prática que precisa ser exercitada e aprimorada constantemente para atingir os resultados esperados.

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