Recentemente, tive a oportunidade de participar do Latitude 59, realizado na Estônia (Europa). Este evento, focado em empreendedorismo, startups e tecnologia, trouxe uma série de insights valiosos que gostaria de compartilhar.
O Latitude 59 é uma conferência de startups que conecta ideias inovadoras, inspiradoras e cria uma atmosfera propícia para a captação de investimentos. Mais do que isso, nos convida a empreender para construir um mundo melhor.
A anfitriã, Estônia, com sua história de rápida adaptação tecnológica e facilidade de negócios, se apresentou como um exemplo brilhante de como a inovação e a profissionalização podem transformar um país.
Desde sua independência da União Soviética no início dos anos 1990, a Estônia se reinventou, adotando práticas avançadas de governança e tecnologia que a tornaram uma porta de entrada para empresas de todo o continente europeu.
No Brasil, nosso mercado imobiliário, como muitos outros setores, ainda enfrenta desafios significativos de gestão, tributação e implementação de ferramentas tecnológicas. A estrutura atual necessita de um desenvolvimento mais profundo e de uma abordagem mais profissional para alcançar seu pleno potencial.
Mas, o cenário é promissor. O Mapa das Construtechs & Proptechs Brasil 2024, publicado pela Terracotta Ventures, mostra que os negócios inovadores vêm crescendo dentro do setor imobiliário.
Ao todo, foram mapeadas 1.209 empresas no setor, um crescimento de 13,5% no último ano. Estas startups empregam diretamente 22 mil pessoas, demonstrando o impacto significativo do setor na economia nacional.
Pensando também no desenvolvimento regional, o Brasil pode liderar a inovação na América Latina. O Panorama Tech na América Latina 2023, do hub Distrito, apontou que nosso país tem o maior número de startups abertas e ativas na região: são mais de 13 mil startups, representando 62,9% do total.
Além disso, desde 2000, o número de startups latino-americanas aumentou de 558 para 33.489, um crescimento impressionante de 60 vezes.
Para capitalizar sobre esse potencial, é crucial que o setor imobiliário brasileiro adote, cada vez mais, uma postura mais empreendedora.
Isso significa investir na formação da mão de obra, melhorar a gestão e criar um ambiente de negócios que facilite a tecnologia e inovação.
A Estônia nos mostrou que é possível criar um ecossistema vibrante de desenvolvimento com uma abordagem estruturada, com a transformação digital de todos os seus sistemas de governo e trabalho, a facilidade de abrir empresas, a simplificação de impostos e o ambiente favorável aos negócios.
A responsabilidade de promover esse desenvolvimento no Brasil recai sobre todos nós, como cidadãos, empreendedores e consumidores.