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Internacionalização de empresas: lucro além do dinheiro

Foto: divulgação.

Por Luiz Gustavo Neves, co-fundador e CEO da StopClub (GigU).

A internacionalização de empresas, mais do que uma estratégia de expansão econômica, é uma oportunidade de transformação profunda que vai além do aumento de lucros. A entrada em mercados estrangeiros permite não apenas reduzir a dependência do mercado doméstico, mas também explorar novos horizontes culturais, tecnológicos e operacionais que podem revolucionar as práticas e inovações dos negócios.

Segundo o estudo Trajetória FDC de Internacionalização das Empresas Brasileiras, que entrevistou 237 empresas brasileiras que são internacionalizadas ou estão em processo de internacionalização, mostra que desse total, 50,4% são médias empresas, ou seja, com faturamento anual entre R$ 4,8 milhões e R$ 300 milhões, segundo classificação do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, e os Estados Unidos são o primeiro destino da internacionalização de 16% delas, seguidos por Argentina, Paraguai, Uruguai e Portugal.

Primeiramente, a diversificação de mercado é uma das vantagens mais imediatas quando o assunto é a internacionalização. Com a presença em diferentes países, é possível mitigar riscos associados a crises econômicas locais, o que garante uma estabilidade financeira mais robusta. Este movimento estratégico é, especialmente, relevante em tempos de volatilidade econômica global, onde depender de um único mercado pode ser extremamente arriscado. Ao atingir novos consumidores, as companhias conseguem espalhar suas fontes de receita, aumentando a resiliência frente a flutuações econômicas e políticas.

Além do aspecto financeiro, a presença em outros países promove um intercâmbio cultural e tecnológico vital. As empresas que operam em múltiplos locais, além de seu país de origem, têm acesso a uma variedade de conhecimentos e práticas inovadoras que podem ser incorporadas às suas operações. Este aprendizado global pode ser crucial para manter a competitividade em um mercado cada vez mais dinâmico e tecnológico. Ao adotar tecnologias de ponta disponíveis em outros mercados, as empresas podem aprimorar sua eficiência operacional e a qualidade de seus produtos ou serviços.

Outra vantagem é o fortalecimento da marca e a aquisição de um prestígio internacional, uma vez que negócios que são bem-sucedidos em mercados estrangeiros, frequentemente, ganham reconhecimento a nível global, o que pode ajudar a impulsionar sua reputação tanto no exterior quanto no mercado doméstico. Esse tipo de reconhecimento pode ser traduzido em maiores – e melhores – oportunidades de parcerias e colaborações, além de atrair talentos de diferentes partes do mundo, enriquecendo ainda mais o capital humano da organização.

Por vezes, esse movimento ocorre até sem que a empresa tenha pretendido, como acontece com alguns aplicativos e plataformas digitais que ganham usuários de forma orgânica em outros países. Isso facilita sobremaneira a valorização de uma estratégia de internacionalização dentro do planejamento da empresa.

No entanto, a internacionalização também traz desafios que requerem planejamento estratégico e adaptação. Esse movimento demanda um entendimento profundo das nuances culturais, regulamentações locais e preferências do consumidor, e os negócios que subestimam essas diferenças correm o risco de fracassar. Não faltam casos de empresas que tentaram esse movimento e foram obrigadas a recuar por não atingirem os objetivos projetados.

Assim, é importante compreender se o momento está adequado para esse grande passo, tanto do ponto de vista interno quanto externo.

Em suma, a estratégia, de conquistar diferentes países, vai muito além de ganhos financeiros imediatos, uma vez que é uma medida abrangente que transforma a estrutura organizacional, aumenta a resiliência financeira, promove inovações tecnológicas e culturais e fortalece a marca. O sucesso nesse processo depende de uma preparação cuidadosa, adaptabilidade e um profundo entendimento dos mercados-alvo e execução primorosa. Não se pode negar que a internacionalização pode ser o diferencial que coloca uma empresa em destaque no cenário global.

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