Por Maicon Dias, CEO da agência Gampi Casa Criativa.
Eles estão entrando no mercado de consumo e os negócios não estão preparados para atendê-los conforme seu comportamento. A Geração Alpha já influencia um poder de compra anual de U$ 360 milhões, segundo a Bloomberg, e no Brasil já movimenta diretamente R$ 268 mensais, segundo o Mercado Pago.
Esta geração nasceu a partir de 2010, mesmo ano em que foi lançado o primeiro iPad da Apple. Isso não é apenas uma coincidência, mas sim uma síntese que simboliza como essa geração se comunica com o mundo.
Consumo de conteúdo on demand, convivência com assistentes virtuais, criação de relacionamentos por meio de aplicativos e chats, acesso rápido a qualquer informação e interação em grupo através de ambientes virtuais são exemplos de uma geração hiperconectada.
Desde pequenos, munidos de seus dispositivos, se destacam por sua independência e autogestão de identidade virtual, entendendo que diversidade é uma questão bem mais ampla que gênero, pois se expande para gostos, estilo de vida e opiniões.
Sua curiosidade quebra barreiras facilmente, possuem uma capacidade muito grande de autodesenvolvimento e ausência de medo em serem questionadores. No entanto, essa rotina frenética tem provocado uma enorme dificuldade de concentração e aumentado os índices de ansiedade.
Diante desse cenário, destaco quatro pontos importantes para que as marcas possam melhorar sua relação com essa geração:
Experiência de compra
Por ser uma geração que passa grande parte da vida em ambientes virtuais, preza muito pela experiência de compra, sendo esse momento até mais relevante que o preço pago pela aquisição. Aqui é a hora de inovar, provocar uma experiência diferenciada e explorar ao máximo os momentos de contato pessoal existentes.
Comunidades online
É normal para essa geração debater temas em grupos online, conhecer novos produtos indicados por amigos ou influenciadores, ao mesmo tempo que não tem medo de dar feedbacks negativos quando se considera prejudicada.
É essencial que as marcas entendam como estar presentes em ações de comunidade online, podendo inclusive desenvolver projetos de comunidades de marca, criando canais abertos para o diálogo, mas sem esquecer que o protagonismo deve seguir sendo do cliente.
Momentos de felicidade
Por ser uma geração multi tela e que faz mais de uma coisa ao mesmo tempo, navegando em diferentes assuntos, ela acaba tendo uma menor capacidade de alcançar a sua felicidade. Ter acesso a tudo de forma instantânea faz com que o desejo por alguma novidade, após adquiri-la, passe tão rápido quanto a velocidade com que ela surgiu.
Para que a marca não perca relevância tão rapidamente, ela precisa entender como se tornar relevante além do produto que oferece, se fazendo presente ao longo de diferentes e relevantes momentos da vida do consumidor. Para isso, nada mais essencial que entender qual o propósito da marca na vida das pessoas.
Relacionamento híbrido: Essa geração não diferencia o que é online ou offline, para ela tudo é a mesma coisa em um “device” diferente. As marcas não podem criar barreiras ou regras que funcionem apenas para um ou outro canal de relacionamento, elas precisam estar disponíveis para atender os clientes na sua necessidade, independentemente de qual canal ele esteja utilizando para conversar.
Compreender e se adaptar às particularidades da geração Alpha é essencial para que as marcas se mantenham relevantes e competitivas no mercado atual.
Ao alinhar seus propósitos com os valores e comportamentos dessa nova geração, as marcas podem não apenas conquistar a lealdade dos consumidores, mas também criar um impacto duradouro em suas vidas, assegurando um crescimento sustentável e significativo no futuro.
