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A cultura data driven no mercado jurídico

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Foto: divulgação

Por Gustavo Maganha, gestor de tecnologia e inovação do PG Advogados e Jhonatan Rodrigues, advogado de inovação e inteligência artificial do PG Advogados.

O pensamento analítico e a inovação foram reconhecidos como habilidades do profissional do futuro e o advogado, mais do que nunca, precisa da cultura de dados para se manter relevante no mercado jurídico.

A cultura de dados, ou Data Driven, emergiu como um dos pilares fundamentais para a evolução e a eficiência dos escritórios de advocacia e departamentos jurídicos. Num ambiente onde a informação é poder, saber coletar, analisar e interpretar dados é vital para tomar decisões estratégicas informadas.

No entanto, possuir dashboards sofisticados, com visualizações impressionantes e dados estratégicos meticulosamente estruturados e limpos, não significa nada sem a cultura de dados bem estabelecida.

É essencial entender que, assim como uma Ferrari é inútil nas mãos de alguém que não sabe dirigir, um dashboard repleto de dados não trará valor a uma organização que não sabe utilizá-los adequadamente. A capacidade de transformar dados em insights acionáveis depende, fundamentalmente, de uma cultura de dados robusta. Isso significa que advogados e profissionais jurídicos precisam não apenas ter acesso a dados, mas também desenvolver habilidades analíticas para interpretá-los e reconhecer sua importância.

Para fomentar essa cultura é crucial que todos os membros do escritório, desde os sócios até os estagiários, compreendam e valorizem o papel dos dados na sua prática diária. Isso envolve a literacia analítica, em que todos sabem o que são dados, como eles podem ser utilizados e por que são importantes. Com abordagem analítica, os profissionais podem começar a olhar para os dados de forma diferente, percebendo-os não apenas como números em uma tela, mas como fontes de insights poderosos que podem influenciar decisões estratégicas.

A implementação dessa cultura começa, de forma mais eficiente, com o time dedicado dentro dos escritórios de advocacia. Esses grupos têm a responsabilidade de demonstrar claramente a importância dos dados e capacitar os profissionais para que possam utilizar essas ferramentas de maneira eficaz. Isso inclui treinamentos regulares, workshops sobre literacia de dados e promoção de um ambiente no qual questionar e buscar entender os dados é incentivado.

Além disso, a criação de uma cultura de dados sólida requer que os profissionais aprendam a focar no que realmente importa. Muitas vezes, no dia a dia corrido, há tendência de se concentrar em tarefas imediatas e operacionais, negligenciando a análise de dados que pode fornecer insights valiosos para a estratégia a longo prazo. É papel desse time guiar os profissionais na identificação dos dados mais relevantes e na priorização dessas informações nas suas rotinas diárias.

A partir do momento em que a cultura de dados é incorporada, os profissionais poderão usar os dashboards de maneira eficiente, extraindo insights que anteriormente passariam despercebidos. Eles conseguirão interpretar tendências, identificar padrões e antecipar problemas ou oportunidades, tomando decisões baseadas em evidências concretas em vez de intuições ou suposições. Essa mudança de paradigma permite que os escritórios de advocacia não apenas se mantenham competitivos, mas também liderem o mercado com práticas inovadoras e informadas.

Em resumo, investir em tecnologia e em ferramentas avançadas de visualização de dados é importante, mas sem a base sólida da cultura de dados, esses investimentos são subutilizados.

É crucial que os escritórios de advocacia entendam a necessidade de desenvolver a cultura de dados e que todos os membros sejam capacitados para lidar com informações de maneira estratégica. Somente assim, a verdadeira transformação digital poderá acontecer, levando a decisões mais inteligentes e resultados mais eficazes.

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