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Redes sociais como “passatempo”: o novo desafio do ambiente de negócios digital

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Foto: divulgação.

Por Eduardo Conesa, especialista em gestão de dados e CEO da AgnosticData.

De acordo com um estudo do Pew Research Center, 82% dos americanos acreditam que as redes sociais distraem as pessoas de questões realmente importantes, e 76% afirmam que essas plataformas dão uma falsa sensação de impacto. Os números evidenciam uma mudança significativa no comportamento online, em que muitos usuários passam horas navegando sem um objetivo claro ou intenção de compra.

Informações da DataReportal revelam que, em 2024, mais de 94% dos usuários da internet entre 16 e 64 anos utilizam regularmente plataformas de mensagens e redes sociais, em especial para entretenimento e comunicação. O tempo gasto assistindo a vídeos, por exemplo, aumentou, em paralelo que atividades mais densas como a busca por informações, leitura de notícias online e compras digitais têm perdido a popularidade.

Esse hábito, focado em “gastar tempo” na web, representa um desafio para as empresas que dependem do marketing digital para atrair e converter clientes. A crescente distração dos consumidores eleva os custos de aquisição e reduz a eficiência das campanhas online, tornando essencial que as marcas repensem as estratégias para se manterem relevantes.

Para driblar essa revolução há, dentre todas, uma saída amplamente eficaz: a implementação de modelos de negócio baseados em dados. Ao combinar análises avançadas com automação e personalização em escala, as organizações podem identificar oportunidades de engajamento em diferentes pontos de contato, entregando conteúdo relevante e agregando valor ao usuário em cada interação.

É preciso ir além da simples criação de conteúdo. Desenvolver experiências que consigam captar a atenção dos clientes, cada vez mais dispersos e menos receptivos a mensagens de vendas diretas, apesar de um problema é, acima de tudo, uma necessidade.

A personalização e segmentação – fundamentais para o marketing digital – precisam evoluir para se adaptar. Neste cenário, a análise de dados reforça a sua posição, já que resulta em insights sobre o comportamento do consumidor, capazes de orientar a criação de jornadas de compra mais flexíveis e adaptáveis.

Ainda assim, um foco excessivo em conversões complexas, sem a devida nutrição da audiência em estágios iniciais, pode resultar em uma base de público esgotada, dificultando mais a obtenção de resultados positivos. É vital que as empresas priorizem a construção gradual de relacionamentos e adaptem suas abordagens às novas formas de engajamento.

A “nova era” da internet, embora desafiadora, também oferece uma chance para as corporações refinarem as estratégias e aprimorarem as capacidades de adaptação. Compreender e aceitar as mudanças no comportamento dos usuários permitirá que as marcas desenvolvam abordagens mais humanizadas, respeitando a diversidade de interesses, enquanto buscam alcançar os objetivos do negócio. Esse método pode ser justamente o responsável pelo sucesso a longo prazo.

Aqueles que conseguirem construir relacionamentos genuínos, oferecer experiências relevantes e agregar valor, mesmo em meio a definição do digital como um passatempo, terão uma vantagem competitiva, que deve garantir um espaço de preferência no coração de um público cada vez mais exigente.

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