Empreender é, por si só, um desafio. Imaginem então fazê-lo em um mercado ainda pouco explorado e, muitas vezes, cercado de preconceitos. Quero, então, aproveitar essa minha primeira coluna no Economia SP para compartilhar com você um pouco de como tem sido minha jornada na Droom, um ecossistema focado no mercado de ativos judiciais.
Antes de tudo, deixe-me explicar do que estou falando. Ativos judiciais são requisições de pagamento expedidas por decisões judiciais definitivas. O exemplo mais conhecido são os precatórios, que, apesar de serem alvo de muitos preconceitos, têm visto avanços legislativos significativos que promovem mais agilidade e segurança ao mercado nos últimos vinte anos.
Pouca gente sabe, mas é possível investir nesse tipo de ativo, diversificando seu portfólio com uma opção de alta rentabilidade e com um risco controlado, uma vez que os valores estão atrelados a processos judiciais com decisões que não podem ser alteradas.
Quebrando preconceitos: educar é preciso
Uma das grandes barreiras que enfrento como executiva nessa área é o preconceito de que os ativos judiciais são de alguma forma “arriscados demais” ou “pouco transparentes”. A verdade é que todo mercado emergente enfrenta essas percepções, mas é papel dos gestores mudarem essa narrativa.
A isso se soma o próprio dia-a-dia do negócio, com a demanda constante por conhecimentos muitos diversos. Diariamente me vejo tendo que integrar a tradição jurídica (e o profundo entendimento da legislação e marcos regulatórios relacionados ao tema) com inovações tecnológicas, como o blockchain (que usamos para trazer mais segurança e eficiência ao mercado).
Por estar em um mercado tão complexo, o caminho que encontrei é me desafiar todos os dias. Quem está nessa posição tem que sempre se manter à frente das mudanças, antecipando tendências e potencializando estratégias que tragam segurança e inovação ao mesmo tempo. Este caminho inclui dialogar constantemente com players variados, de escritórios tradicionais de advocacia a fintechs inovadoras, o que é ótimo, uma vez que se traz oportunidades constantes de aprendizado e evolução.
O futuro dos ativos judiciais: novos desafios e novas oportunidades
O futuro para o mercado de ativos judiciais é promissor, mas, não tenho dúvidas, ele virá com novos desafios. Acredito firmemente que a chave para navegar nesse cenário complexo é uma combinação robusta de inovação com um forte foco na educação e na comunicação efetiva com o mercado.
Venho de uma família empresária e nunca me iludi com o tamanho do desafio que é gerir um negócio. Fazer isso em um mercado ainda em formação é apenas uma nova camada de complexidade, exigindo coragem para enfrentar preconceitos e persistência para educar e transformar. Acima de tudo, é uma chance de liderar mudanças positivas em um setor repleto de potencial. Estou confiante de que os resultados serão recompensadores.